
A J&F Investimentos, holding controladora da JBS (JBSS3), firmou um acordo com o BNDESPar, acionista minoritário da companhia com 20,8% de participação, garantindo que o banco estatal não votará contra a aguardada listagem da empresa nos Estados Unidos.
O acerto entre as partes prevê que o BNDESPar receberá uma remuneração futura, protegendo-se parcialmente caso os papéis da JBS não se valorizem até um patamar pré-determinado – ainda não divulgado – após a dupla listagem, prevista para ocorrer até 31 de dezembro de 2026.
Próximos passos para a listagem da JBS
Com o entrave do BNDES resolvido, o processo de listagem da JBS agora depende da aprovação da SEC (CVM americana). A empresa tem até o final de 2026 para concretizar a operação, mas o mercado já especula que o processo pode ser acelerado.
A listagem nos Estados Unidos é vista como um passo essencial para a JBS reduzir o desconto em sua avaliação de mercado e se aproximar dos múltiplos de suas concorrentes globais. Se a operação ocorrer conforme esperado, os analistas acreditam que a empresa poderá desbloquear um enorme valor para seus acionistas e consolidar sua presença no mercado internacional.
Mercado vê liberação do maior obstáculo para listagem
O acordo foi visto como um divisor de águas para a operação, destravando o principal empecilho para a JBS avançar no processo de dupla listagem. Segundo o JPMorgan, a incerteza sobre o posicionamento do BNDES era um fator determinante no atraso da listagem. Agora, sem a interferência do banco, o banco de investimentos acredita que a empresa não enfrentará grandes dificuldades para aprovar a operação.
Além disso, o JPMorgan destaca que as ações da JBS negociam com um desconto significativo em relação à sua principal concorrente nos Estados Unidos, a Tyson Foods, operando 46% abaixo do múltiplo Preço/Lucro da rival americana. O banco reiterou recomendação de compra para os papéis da JBS, com preço-alvo de R$ 46.
Para além dos números
O economista Alex André destaca que “o mercado avalia que a listagem da JBS nos Estados Unidos representa um movimento estratégico fundamental para a companhia, não apenas do ponto de vista da reprecificação dos múltiplos, mas também no acesso a um mercado de capitais mais desenvolvido e líquido.”
“A JBS já tem uma grande fatia de sua geração de caixa nos Estados Unidos, então faz sentido que a empresa busque um ambiente onde consiga maior visibilidade e captação de recursos para futuros investimentos”, explica. Ele também destaca que, ao ingressar na bolsa americana, a empresa poderá atrair investidores institucionais globais, incluindo grandes fundos como Vanguard e BlackRock, o que pode reduzir a volatilidade das ações e fortalecer a governança corporativa da companhia.
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