Afetadas pela seca, aldeias Atrocal e Aracuri, em Santarém, recebem filtros de nanotecnologia


Os filtros contam com uma micromembrana de nanotecnologia, que retém 99,99% das impurezas da água. Entrega de filtros de nanotecnologia para famílias das aldeias Atrocal e Aracuri
PSA / Divulgação
Mais uma distribuição de filtros de nanotecnologia, desta vez para as aldeias Atrocal e Aracuri, na região do Arapiuns, em Santarém, oeste do Pará, foi realizada pelo Projeto Saúde e Alegria na última quarta-feira (20). Devido ao baixo volume de água, as famílias afetadas pela seca extrema precisaram ir até à praia mais próxima onde o barco do PSA conseguiu chegar.
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Além da entrega dos kits compostos por: filtro + balde-reservatório + seringa de retrolavagem, a equipe do PSA também realizou uma oficina para montagem e manutenção dos filtros.
Os filtros contam com uma micromembrana de nanotecnologia, que retém 99,99% das impurezas da água. Com vazão de 1 litro por minuto, atendem uma família por 2 a 5 anos, são de fácil manutenção (retro-lavagem), e podem ser acoplados em qualquer reservatório, inclusive garrafas pet.
Nas comunidade ribeirinhas, diante de extremos climáticos cada vez mais frequentes, seja de cheias ou secas severas como a que está sendo vivenciada na região, os filtros também se constituem como tecnologias de adaptação efetiva para os novos tempos.
Para quem consome água retirada do rio ou de igarapés, o filtro é uma garantia de água de qualidade e menos doenças. “Esse filtro vai ser muito importante pra nós, porque aqui a gente tem muitos casos de vômito e diarreia, principalmente em crianças. E nós já vimos que o filtro realmente faz um tratamento na água que a gente coleta do rio e dos igarapés. Seria bom que a doação chegasse para todas as famílias, porque estão estão sendo atendidas só as famílias que usam água direto do rio e dos igarapés, mas já é uma grande ajuda”, disse o Cacique da Aldeia Atrocal, Manuel Raimundo Sousa Tapajós.
A campanha de doação de filtros de nanotecnologia está priorizando as zonas mais críticas, como a margem esquerda do Tapajós e seus afluentes menores, também as áreas acima do médio Arapiuns, localidades que ficam em lagos e braços de rio que acabam secando, regiões impactadas pelos garimpos, e as várzeas do Amazonas com suas águas barrentas, como essas que estão recebendo os filtros.
Comunitários participaram de oficina de manutenção dos filtros de nanotecnologia
PSA / Divulgação
A meta do Projeto é alcançar 5 mil famílias beneficiadas até a virada do ano, por meio de grande soma de esforços entre as organizações e movimentos do Baixo Amazonas.
Através de uma rede de articulações, entre 2023 e 2024 foram distribuídos 1.805 filtros para mais de 3.100 famílias, beneficiando cerca de 16 mil pessoas, tendo como co-implementadores as organizações locais e de base, como as Colônias de Pescadores Z-20, Amador e Aruena, os Sindicatos de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais do municípios, a Tapajoara na Resex Tapajos-Arapiuns, o CITA (Conselho Indígena do Tapajós), as Associações Indígenas Munduruku Pariri (Médio Tapajós) e Wakoborun (Alto Tapajós), também ONGs parceiras como a Sapopema e Brigada de Alter, entre outras.
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