
Os presidentes dos Estados Unidos e da Rússia conversaram por mais de duas horas no telefone nesta terça-feira (18). Guerra na Ucrânia: expectativas pela paz são cautelosas na Europa
Os presidentes dos Estados Unidos, Donald Trump, e da Rússia, Vladimir Putin, falaram por mais de duas horas no telefone, nesta terça-feira (18) e o republicano falou sobre a conversa na rede social Truth Social:
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Em posts na rede social X, Dan Scavino, vice-chefe de gabinete da Casa Branca, já havia falado que a ligação, que começou às 11h do horário de Brasília, corria bem.
As discussões entre EUA e Rússia
A conversa entre Trump e Putin era esperada desde semana passada, quando o russo encontrou com o enviado especial do americano em Moscou e falou sobre as exigências que tinha para concordar com a proposta de cessar-fogo dos EUA para a guerra na Ucrânia.
Trump quer tentar garantir o apoio de Putin para um cessar-fogo de 30 dias, aceito pela Ucrânia. Enquanto isso, ambos os lados continuam os ataques aéreos, e a Rússia se aproxima de expulsar as forças ucranianas de Kursk, na Rússia.
O presidente americano afirmou que os soldados ucranianos estão “em grandes apuros”. Trump sugeriu ainda que a suspensão de ajuda militar à Ucrânia e o bate-boca que ele teve com o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, podem ter influenciado Kiev a aceitar a proposta.
“O que está acontecendo na Ucrânia não é bom, mas vamos ver se conseguimos trabalhar em um acordo de paz, um cessar-fogo e a paz, e acho que seremos capazes de fazer isso”, disse Trump na segunda-feira (17).
Um dia antes, ao ser questionado sobre possíveis concessões nas negociações, Trump mencionou a divisão de terras da Ucrânia e o controle de usinas, sem dar mais detalhes.
“Vamos falar sobre terra. Vamos falar sobre usinas … Já estamos falando sobre isso, dividindo certos ativos”, disse o presidente americano.
A Casa Branca confirmou que no radar das negociações está a usina de Zaporizhzhia, que é a maior usina nuclear da Europa .
Enquanto isso, Zelensky acusa Putin de prolongar a guerra. Segundo ele, a proposta de cessar-fogo já poderia ter sido implementada há uma semana, e “cada dia em tempo de guerra significa vidas humanas”.
A Rússia disse na sexta-feira (14) que Putin enviou uma mensagem a Trump sobre seu plano de cessar-fogo por meio do enviado dos EUA, Steve Witkoff.
No domingo, Witkoff, o secretário de Estado Marco Rubio e o conselheiro de segurança nacional de Trump, Mike Waltz, enfatizaram que ainda existem desafios a serem resolvidos antes que a Rússia aceite um cessar-fogo.
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Garantias à ‘prova de ferro’
Trump e Putin
Reuters
Zelensky acredita que há uma chance de acabar com a guerra, mas reafirma que a soberania e os territórios da Ucrânia são inegociáveis. A Rússia, por sua vez, exige garantias de segurança, incluindo a Ucrânia fora da Otan, além de controle sobre as áreas ocupadas.
A Rússia também quer que as sanções ocidentais sejam amenizadas e que uma eleição presidencial seja realizada na Ucrânia.
“Vamos exigir que garantias de segurança à prova de ferro façam parte deste acordo”, disse o vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Alexander Grushko, à mídia russa.
Putin afirma que suas ações na Ucrânia visam proteger a segurança nacional da Rússia contra o que ele considera um Ocidente agressivo e hostil, em particular a expansão da Otan para o leste.
Já a Ucrânia e seus parceiros ocidentais afirmam que a Rússia está travando uma guerra de agressão não provocada e uma anexação imperialista de terras.
A chefe de política externa da União Europeia, Kaja Kallas, disse na segunda-feira que as condições exigidas pela Rússia para aceitar um cessar-fogo mostram que Moscou realmente não quer a paz.
Enquanto isso, o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, disse que “um número significativo” de nações europeias estava disposto a enviar tropas de paz para a Ucrânia no caso de um acordo de paz. Os chefes de defesa se reunirão esta semana para firmar os planos.
A Rússia descartou a presença de pacificadores até que a guerra termine.
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