Lula brinca sobre plano de envenená-lo: “Não deu certo e estamos aqui”

Dois dias após a Operação Contragolpe, em que a Polícia Federal expôs um plano macabro de militares ligados ao governo Boslonaro para assassiná-lo no bojo de um golpe de Estado, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) comentou o caso, pela primeira vez em evento aberto. E o fez em tom de brincadeira.

Nesta quinta-feira (21/11), durante o lançamento do Programa de Otimização de Contratos de Concessão de Rodovias, no Palácio do Planalto, Lula, ao lado de seu vice, Geraldo Alckmin, que também esteve na mira dos golpistas, disse ter que agradecer muito por estar vivo. “A tentativa de envenar eu e o Alckmin não deu certo e estamos aqui”, arrematou, arrancando risos da plateia.

No discurso sobre a iniciativa que prevê investimentos de R$ 110 bilhões em infraestrutura de transporte rodoviário entre 2024 e 2026, o presidente voltou a tocar no assunto, dessa vez em tom mais sério.

“Eu queria dizer para vocês uma coisa importante. Vocês estão lembrado que quando nós disputávamos as eleições, eu dizia que um dos meus desejos era trazer para o Brasil a normalidade, a civilidade democrática, em que a gente faz as coisas da forma mais tranquila possível, sabendo que você tem adversário político, sabendo que tem adversário ideológico, sabendo que de forma civilizada você perde, você ganha, você consegue fazer uma coisa e na outra vez você não consegue”, ressaltou.

“A gente pode garantir que esse país mudou. E não quero envenenar ninguém, nem perseguir ninguém. A única coisa que eu quero é que a gente desmoralize com números os que governaram antes de nós”, pontuou.

“Kids pretos”

Na terça-feira (19/11), a Polícia Federal deflagrou a Operação Contragolpe, com o objetivo de desarticular organização criminosa que teria planejado um golpe de Estado em 2022 para impedir a posse do então presidente eleito Lula e atacar o Poder Judiciário, no caso o Supremo Tribunal Federal (STF).

A operação predeu quatro os “kids pretos”, que seriam militares da ativa e da reserva. Além deles, um policial federal foi preso.

Segundo a PF, havia um planejamento operacional, denominado “Punhal Verde e Amarelo”, para matar Lula e seu vice, Geraldo Alckmin, além do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo.

Autorizada por Moraes, a operação cumpriu cinco mandados de prisão preventiva, três mandados de busca e apreensão e 15 medidas cautelares diversas.

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