‘Máfia das creches’: Justiça autoriza investigação sobre Ricardo Nunes

Ricardo Nunes será investigado na ‘máfia das creches’Redação GPS

A Justiça Federal autorizou a abertura de um inquérito pela Polícia Federal para investigar o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), em relação à “máfia das creches”, um esquema de desvio de verbas de creches conveniadas. A decisão, da juíza Fabiana Alves Rodrigues, da 8ª Vara Federal Criminal, busca apurar a possível relação de Nunes, durante sua atuação como vereador, com empresas envolvidas no esquema, incluindo uma pertencente à sua família.

Contexto das Investigações

A operação teve origem na Operação Daycare, lançada em janeiro de 2021, que apontou irregularidades em organizações sociais responsáveis por administrar creches. Segundo a Polícia Federal, dessas 152 creches investigadas, 112 apresentaram indícios de irregularidades, como notas fiscais frias para justificar serviços ou compras inexistentes. O esquema teria movimentado mais de R$ 1 bilhão em quatro anos.

O relatório final da operação revelou que R$ 31,5 mil foram transferidos da conta de uma empresa investigada para uma conta pessoal de Nunes e para a Nikkey Serviços, empresa de dedetização pertencente à sua esposa e filha. Além disso, Elaine Targino da Silva, presidente de uma das organizações investigadas (ACRIA), era também funcionária da Nikkey Serviços.

Defesa de Ricardo Nunes

Em nota, a defesa do prefeito criticou a decisão, alegando falta de justa causa para a continuidade das investigações e prometendo recorrer com um habeas corpus para o trancamento do inquérito. Os advogados afirmaram que, ao longo de cinco anos de apurações, nenhuma evidência direta ou indireta relacionou Nunes aos crimes.

O prefeito declarou anteriormente que os serviços prestados pela Nikkey Serviços ocorreram de forma regular, sem nenhuma acusação formal contra ele.

A investigação coloca o prefeito em um contexto delicado, já que a “máfia das creches” envolve um esquema de desvio de recursos destinados ao atendimento de crianças de até três anos, destacando problemas na fiscalização de parcerias público-privadas em São Paulo. A continuidade do inquérito determinará o papel de Nunes e de sua família no esquema.

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