Em meio ao aumento nos casos de Oropouche em 2024, MPF e MP recomendam medidas de prevenção e tratamento no AC


De 2023 a 2024, o aumento de casos da doença foi de 686%, de acordo com o Boletim Epidemiológico Semanal das Arboviroses no Acre. Secretarias de Saúde do Estado do Acre e de Rio Branco têm prazo de 30 dias para responder questionamentos dos órgãos. Doença viral transmitida pelo mosquito Culicoides paraensis, também conhecido como maruim, polvinha ou mosquito-pólvora
Divulgação/Sesab
Em meio ao aumento de 686% no número de casos de Oropouche no Acre em um ano, o Ministério Público Federal (MPF-AC) e o Ministério Público do Acre (MP-AC) encaminharam recomendação à Secretaria de Saúde do Acre (Sesacre) e à Secretaria de Saúde de Rio Branco (Semsa) para que estabeleçam protocolos e fluxos de prevenção e tratamento para os casos da doença.
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A orientação dos órgãos solicita uma atenção especial ao pré-natal e ao neonatal, com atuações integradas entre as secretarias, ressaltando que a resposta a qualquer emergência sanitária com risco de transmissão vertical deve inserir as mulheres no centro das respostas de políticas de saúde.
Até o dia 14 de novembro, 472 casos da doença foram confirmados em 21 municípios do Acre, com um óbito confirmado.
Em 2023, houve a confirmação de 60 casos em oito municípios do estado, o que representa um aumento de 686% nos casos, de acordo com Boletim Epidemiológico Semanal das Arboviroses da Sesacre.
O documento, divulgado na última quinta-feira (14), recomenda ainda que capacitem os profissionais da área da saúde para que sejam feitos os devidos registros, encaminhamentos e acompanhamentos dos casos de Febre do Oropouche, inclusive para acolhimento das mulheres e familiares de pessoas contaminadas.
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Divulgação
A recomendação, assinada pelo procurador da República Lucas Costa Almeida Dias e pelo promotor de Justiça Ocimar da Silva Sales Junior, pede também que sejam apresentadas as medidas adotadas, em curso ou previstas para notificação e investigação de casos suspeitos de Oropouche em pessoas grávidas, anomalias congênitas ou óbitos fetais.
Morte
Em agosto deste ano foi divulgada a morte de um bebê recém-nascido por conta da doença. Segundo a pasta, o bebê nasceu no Acre e veio a óbito no final de julho após 47 dias de vida.
Ele tinha microcefalia, malformação das articulações e outras anomalias congênitas – problemas estruturais ou funcionais que ocorrem durante a gravidez. A mãe, de 33 anos, teve erupções cutâneas e febre no segundo mês de gravidez, e os exames pós-parto indicaram infecção pelo vírus Oropouche.
Exames realizados nos laboratórios do Instituto Evandro Chagas (IEC/SVSA/MS), em Belém, descartaram outras hipóteses de diagnóstico.
Morte de bebê no Acre está relacionado a Febre do Oropouche
Boletim
Ainda segundo o boletim, já foram testadas 1.756 amostras de casos suspeitos. No mesmo período do ano passado, as equipes de Saúde testaram apenas 145 amostras.
Sobre os casos confirmados, o total registrado este ano representa um aumento de 620% em relação ao mesmo período de 2023, quando foram registrados 60 casos.
Não houve confirmação de morte pela doença em 2023. Outro dado que chama atenção no boletim é que dos 22 municípios acreanos, apenas Santa Rosa do Purus não registrou casos da doença até o momento.
Ano passado, os casos confirmados estavam espalhados em oito cidades.
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