Chacina em Aparecida de Goiânia: policiais acusados de matar cinco adultos e criança são inocentados


Mulher, duas filhas, os companheiros das jovens e neta foram assassinadas com tiro na cabeça. Crime completa 13 anos nesta terça-feira e segue sem respostas. Policiais militares acusados de chacina são inocentados
Três policiais militares acusados de uma chacina foram inocentados por júri popular nesta terça-feira (19), no Fórum de Justiça de Aparecida de Goiânia, na Região Metropolitana da capital. Ozires Fernando de Melo, Ademá Figueiredo Aguiar Filho e Divino Romez Diniz eram acusados de matar cinco adultos e uma criança, há 13 anos. Apenas um bebê de 10 meses, filho mais novo de uma das vítimas, foi poupado.
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Dentro da casa, na época, conforme a polícia, foram encontrados os corpos de Ludmila Cândido Alves, de 21 anos; a mãe dela, Edvone Cândido de Bastos Alves, de 47 anos; a irmã Stherfane Cândida de Bastos, de 26; o cunhado, Luciano Lopes dos Santos, de 23 anos; o companheiro de Edvone, Raunandes Teles, de 34 anos; e Isadora Monique Cândida Alves, de 4 anos, filha de Ludmila.
O julgamento nesta terça-feira foi conduzido pelo juiz Leonardo Fleury Curado Dias. De acordo com a assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO), os três réus foram julgados por homicídio qualificado.
O júri teve início por volta das 9h e terminou antes do meio-dia. De acordo com o TJ-GO, as testemunhas foram dispensadas.
“Os jurados responderam aos quesitos formulados, aderindo as teses apresentadas pelo Ministério Público e pelos defensores reconhecendo a negativa de autoria dos réus”, cita trecho da ata da audiência, assinada pelo juiz.
O advogado de Divino, Thales José, que já acreditava na absolvição do cliente, afirmou ao g1 que a “justiça foi feita”.
“Encerramos um ciclo de 13 anos de uma perseguição implacável de um processo que é uma mácula na história do Poder Judiciário. Foi preciso uma posição muito firme e independente de um promotor de Justiça para que a verdade viesse à tona”, disse o advogado.
O g1 encontrou em contato com assessoria de imprensa do Ministério Público de Goiás (MP-GO) e com os advogados de Ademá e Ozires para que se pronunciassem sobre a decisão, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem.
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Cinco das seis vítimas identificadas na chacina em Aparecida de Goiânia, em 2011
Reprodução/TV Anhanguera
Entenda crime
O crime ocorreu no Jardim Olímpico, em Aparecida de Goiânia, em 2011. O laudo pericial concluiu que a causa das mortes foi disparos de arma de fogo na cabeça das vítimas.
Apenas um bebê de 10 meses, que era filho de uma das vítimas estava no local durante a chacina, foi poupado pelos assassinos. Ele estava com 10 meses e foi levado para a casa de uma tia.
À época, de acordo com a então delegada titular da Delegacia de Investigação de Homicídios (DIH), Adriana Ribeiro, a motivação para o crime teria sido vingança. Segundo ela, um dos policiais teria agido em retaliação pela morte de seu sobrinho pelo namorado de Ludmila. O rapaz seria um ex-namorado e amante da vítima.
O g1 questionou, nesta terça-feira (19), qual a conclusão do Ministério Publico para o motivo do crime, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem.
Processo
Conforme o Tribunal, o processo teve andamento desde a denúncia apresentada pelo Ministério Público, em 2013. No período, teria passado por diversas audiências e recursos judiciais, até a denúncia ter sido encaminhada para a Justiça em fevereiro de 2023.
Um dos réus, Ademá Figueiredo cumpriu a ordem de prisão expedida pela Justiça em junho deste ano, após condenação pelo assassinato do radialista Valério Luiz. Na ocasião, ele se entregou no presídio militar, no Setor Marista, em Goiânia. A Justiça concluiu que Ademá foi responsável por atirar contra o radialista e causar a morte dele, em 2012.
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