HÁ VINTE ANOS – Viva Gilberto Gil, o que há novo no governo

Assisti, ontem à noite, à entrega do Prêmio Rodrigo de Melo Franco, do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, órgão do ministério da Cultura.

Estava lotado o Teatro Nacional. Compareceram mais de mil pessoas. Houve um show de Antonio Nóbrega. Que terminou com a invasão do palco por uma centena de pessoas e com todo mundo no teatro dançando ciranda e frevo.

O ministro Gilberto Gil, da Cultura, estava lá. E, convidado por Nóbrega, por mais de uma vez subiu ao palco, dançou e cantou.
Sei que o Gil costuma fazer isso – como convidado, fez até na ONU.

Mas o que quero dizer é que vendo o show – uma celebração à cultura brasileira -, observando o comportamento de Gil; lembrando seu desempenho até aqui como ministro, penso que ele é, digamos, a única coisa realmente nova exibida por este governo.

A única coisa que será apontada no futuro como o que poderia ter sido o governo de Lula e que não foi – inovador, criativo, ousado, capaz de recuar diante de um erro cometido; duro – sem perder a ternura – diante de costumes antigos, restritivos ou excludentes que devem ser revogados; aberto a novas influências e sem medo do contraditório.

Enfim, um governo com muito brilho, purpurina e realce – mas não só.

 

(Publicado aqui em 19 de novembro de 2004)

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