Delator do PCC: novo vídeo mostra carro de atiradores dando voltas no aeroporto perto de ônibus da GCM onde depois ocorreu execução


Outra filmagem também gravou quando veículo da escolta de Vinicius Gritzbach passa depois do automóvel dos assassinos no terminal de Guarulhos, Grande SP. Polícia tenta identificar criminosos que mataram empresário e um motorista de aplicativo. Vídeo mostra carro dos atiradores e depois o da escolta do delator do PCC
Câmeras de monitoramento do Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, mostram o momento em que o carro usado pelos atiradores que executaram o empresário Vinícius Gritzbach dão voltas perto do ônibus da Guarda Civil Municipal (GCM) antes do crime (veja vídeo acima).
O g1 e a TV Globo tiveram acesso às novas imagens que estão sendo analisadas pela força-tarefa da Secretaria da Segurança Pública (SSP) que investiga o caso. Gritzbach foi assassinado a tiros no dia 8 de novembro em frente ao ônibus estacionado da GCM. Um motorista de aplicativo foi atingido pelos disparos e também morreu. Outras três pessoas que estavam no local ficaram feridas.
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Antes de ser morto, Gritzbach havia feito um acordo de delação premiada homologado pela Justiça para denunciar membros da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) por lavagem de dinheiro e acusar agentes de segurança pública por corrupção.
Carro usado pelos atiradores (no destaque em vermelho) passa antes do veículo da escolta do delator do PCC (em amarelo). Imagens são de câmera de monitoramento do aeroporto de Guarulhos
Reprodução
Numa das filmagens é possível ver quando um carro Volkswagen Gol preto dá pelo menos três voltas no acesso à plataforma de desembarque do aeroporto. Na sequência aparece outro carro preto, um Chevrolet Trailblazer preto, onde estavam os policiais militares que faziam a escolta particular do empresário. O outro carro da escolta, uma Amarok preta, teve problema de ignição e, segundo os segurannças, ficou em um posto de gasolina.
Em outro ângulo da gravação, feita a partir da plataforma de desembarque, é possível ver o Gol preto estacionando atrás do ônibus da GCM após ter dado três voltas em torno do aeroporto, segundo a investigação. Nenhum guarda-civil municipal estava no veículo no momento do crime. Logo em seguida, o automóvel acelera e ultrapassa o ônibus. A filmagem para aí.
Carro que seria usado por atiradores que executaram o empresário Antônio Vinícius Gritzbach sai de trás de ônibus da GCM, no aeroporto de Guarulhos
Reprodução
Esses vídeos são importantes para ajudar a investigação a montar o quebra-cabeças do caso. As novas filmagens são anteriores a outras gravações que a investigação tem do momento dos disparos. As cenas anteriores já divulgadas na imprensa mostram quando dois homens encapuzados e armados com fuzis saem do Gol preto e atiram em Vinicius.
O empresário foi morto com dez tiros após desembarcar no aeroporto vindo de Alagoas. Em seguida, os bandidos voltam para o Gol preto e fogem.
Quem está sendo investigado
Vinicius Gritzbach foi morto no Aeroporto Internacional de São Paulo
Reprodução/TV Globo
A força-tarefa investiga ao menos 13 policiais por suspeita de envolvimento na execução de Gritzbach.
Oito policiais militares que faziam a escolta do empresário e cinco policiais civis que ele denunciou por corrupção são investigados. Parte dos agentes de segurança da Polícia Militar (PM) e da Polícia Civil foi afastada. O número total não foi informado pelas autoridades.
De acordo com as autoridades, alguns dos policiais investigados são sócios de diversas empresas. Elas informaram que, além de exercerem atividades externas não permitidas pela polícia, os agentes tinham patrimônio incompatível com os seus rendimentos.
Membros do PCC também estão entre os suspeitos investigados pelo crime. Além deles, um agente penitenciário e uma pessoa que devia dinheiro ao empresário são alvos da investigação.
Até a última atualização desta reportagem nenhum suspeito havia sido preso.
Delação premiada
Polícia tenta identificar assassinos que executaram o delator do PCC
Gritzbach era réu em processos de homicídio contra dois membros do PCC e por fazer lavagem de dinheiro para a facção. Ele respondia aos crimes em liberdade.
Em abril, a Justiça homologou uma delação premiada dele com o Ministério Público (MP). O acordo permitiria que o empresário tivesse redução das penas no caso de condenações. Em troca, ele denunciou integrantes da facção estelionato e agentes de segurança por extorsão.
Um áudio que faz parte da deleção revela, segundo a defesa do empresário, um advogado ligado ao PCC oferecendo a um policial civil R$ 3 milhões de recompensa para ele matar o empresário. Ele também acusou agentes de cobrarem R$ 40 milhões para deixar de investigá-lo como suspeito de ser o mandante dos assassinatos criminosos do PCC. O empresário disse que não pagou a propina.
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Arte/ g1

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