O que se sabe sobre o caso do detento que saiu de viatura sem algemas e almoçou com policiais no ES


O caso aconteceu no dia 8 de novembro. Nas imagens, o preso foi filmado andando tranquilamente na rua e dentro do estabelecimento. Detento sai de viatura sem algemas e almoça em restaurante com policiais no ES
Um detento do sistema prisional do Espírito Santo foi flagrado por câmeras de videomonitoramento saindo de uma viatura da polícia sem estar usando algemas e almoçando com dois policiais penais em um restaurante de um shopping de Jacaraípe, na Serra, Grande Vitória.
Na ocasião, o preso foi filmado andando tranquilamente na rua e dentro do estabelecimento.
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O g1 fez um ponto a ponto sobre o que se sabe sobre o caso. Nesta reportagem, você vai saber:
Quando as imagens foram gravadas?
Quem é o detento?
Qual era o destino do preso ao ser transportado na viatura?
Quando o governo tomou conhecimento do caso?
O que aconteceu com os policiais?
Qual é o prazo para que a investigação seja concluída?
Qual a conduta adequada para o transporte de presos em ambientes públicos?
O que diz o sindicato dos policiais penais?
Quando as imagens foram gravadas?
No dia 8 de novembro, por volta das 13h17, conforme as filmagens de câmeras de videomonitoramento. As imagens mostram o momento em que dois policiais saem de uma viatura com o detento sem algemas e vão almoçar no restaurante.
O dono do estabelecimento, André Luís Costa, disse que não desconfiou que o homem que estava com o policial eram um detento do sistema prisional do Espírito Santo.
“Não estava de farda, mas poderia ser um prestador de serviço. Eu não sou muito ligado a essas coisas, então passou despercebido. Para mim, era simplesmente outra pessoa que estava prestando serviço e estava com eles,”, disse.
Os policiais e o detento ficaram no restaurante por pouco mais de uma hora e, às 17h27, foram pagaram a conta e saíram do estabelecimento, como mostra o registro do videomonitoramento.
Detento é visto saindo de viatura sem algemas e com dois policiais penais para almoçar em restaurante na Serra, Espírito Santo
Reprodução
Quem é o detento?
O homem não teve a identidade divulgada. Segundo a secretária de Justiça do Espírito Santo (Sejus), ele está preso há três anos em uma unidade prisional de Linhares, no Norte do Espírito Santo, e responde por homicídio.
O secretário de Justiça do Espírito Santo, Rafael Pacheco, acrescentou que o detento tem um ‘excelente comportamento com histórico de remissão de pena muito alto’.
Qual era o destino do preso ao ser transportado na viatura?
O preso foi transportado da unidade prisional de Linhares para fazer uma consulta médica na capital. No momento em que foi flagrado com os policiais, eles já retornavam para o presídio.
Detento é visto saindo de viatura sem algemas e com dois policiais penais para almoçar em restaurante na Serra, Espírito Santo
Reprodução
Quando o governo tomou conhecimento do caso?
A secretaria de Justiça do Espírito Santo (Sejus) teve conhecimento do caso no dia 12 de novembro após as imagens viralizarem.
O que aconteceu com os policiais?
Ainda no dia 12 de novembro, um Processo Administrativo Disciplinar (PAD) foi aberto e os policiais penais foram afastados das escoltas dos detentos do sistema prisional do Espírito Santo. Eles vão atuar em outras atividades na unidade prisional onde trabalha, em Linhares.
Qual é o prazo para que a investigação seja concluída?
A investigação deve durar entre 30 e 90 dias, segundo a Sejus.
Qual a conduta adequada para o transporte de presos em ambientes públicos?
Segundo o secretário de Justiça do Espírito Santo, a regra do sistema prisional para transitar com presos em locais públicos é que o detento esteja algemado para dificultar a fuga dele e facilitar a reação e o controle policial da situação.
O que diz o sindicato dos policiais penais?
A Polícia Penal disse, em nota, que a postura é contrária aos procedimentos indicados pela instituição. Afirmou ainda que o caso será encaminhado à corregedoria para apuração dos fatos.
Segundo o presidente do Sindicato dos Policiais Penais e Servidores do Sistema Penitenciário do Estado do Espírito Santo (Sindppenal), Rhuan Fernandes, os policiais penais devem comprar uma marmita para o detento em casos excepcionais, como a demora no transporte ou quando não dá tempo de levar uma alimentação para o preso.
“Ao nosso ver, é algo que foge à rotina, mas não tem dolo dos policiais. É só uma imagem, que choca a gente ao ver, inclusive dentro da gente na própria categoria, porque não é comum aquele tipo de procedimento”, explicou.
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