Bolsonaristas tentam se descolar de homem-bomba que atacou STF

Horas após as explosões na frente do STF e no estacionamento da Câmara dos Deputados, parlamentares e lideranças bolsonaristas vêm tentando se descolar do responsável pelo incidente, identificando como Francisco Wanderley Luiz.

Na base bolsonarista, a ordem é destacar que Luiz, que era filiado ao PL e se candidato a vereador pela sigla em 2020, não seria aliado de Jair Bolsonaro e que a ação seria isolada, sem relação com as invasões golpistas do 8 de janeiro de 2023.

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Corpo do homem ficou no local para ser periciado

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Nas redes sociais, parlamentares de direita estão rechaçando a ideia de que Francisco seria um bolsonarista que se filiou ao PL por causa de Jair Bolsonaro. Eles lembram que o ex-presidente se filiou à sigla depois do homem.

Outro argumento usado é onde que em Rio do Sul (SC), cidade pela qual “Tiu França” se lançou vereador em 2020, o PL se coligou com o PDT de Ciro Gomes naquela eleição e apoiou Jean de Liz, candidato pedetista à prefeitura da cidade.

Nos bastidores, bolsonaristas argumentam até que o deputado federal Jorge Goetten (Republicanos-SC), que conhecia o responsável pelas explosões, saiu do PL em 2024 e vota alinhado ao governo Lula em várias pautas na Câmara.

“Maluco”

O próprio Bolsonaro, em conversa com a coluna, classificou “Tiu França” como um “maluco”. Em suas redes sociais, o ex-presidente também pediu a  “pacificação” e que as instituições caminhem em direção à construção do diálogo.

“As instituições têm um papel fundamental na construção desse diálogo e desse ambiente de união. Por isso, apelo a todas as correntes políticas e aos líderes das instituições nacionais para que, neste momento de tragédia, deem os passos necessários para avançar na pacificação nacional. Quem vai ganhar com isso não será um ou outro partido, líder ou facção política. Vai ser o Brasil”, disse Bolsonaro.

O senador Ciro Nogueira (PI), presidente nacional do PP, também chamou a ação de Francisco Wanderley Luiz de um “ato isolado”. Ex-ministro de Bolsonaro, Ciro pediu que não se “extrapole uma atitude mentecapta de um indivíduo”.

“O ato isolado de um desequilibrado é o que é: um absurdo. Mas daí a extrapolar uma atitude mentecapta de um indivíduo para dar contornos institucionais a esse incidente abominável é dizer que nossa democracia não é sólida e resiliente como ela é. Isso tem de ser tratado como o que foi: um ato de loucura, de uma pessoa, um ato inadmissível”, afirmou Ciro.

Bolsonaristas fazem operação “salva-anistia”

A maior preocupação dos bolsonaristas é de que as explosões atrapalhem o projeto que dá anistia os presos pelo 8 de Janeiro. Como mostrou a coluna, o Palácio do Planalto e STF avaliam que o incidente “enterrou” a proposta.

“Pelo que foi apurado até o momento, o homem sofria por conta de problemas pessoais. Foi um ato suicida. A situação, portanto, escancara ainda mais as diferenças entre o que aconteceu no dia 8 de Janeiro e o que aconteceu na noite de ontem”, afirmou a deputada  Caroline de Toni (PL-SC), presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara.

À coluna, o relator do PL na anista na CCJ, deputado Rodrigo Valadares (União-SE), afirmou que os ataques foram obra de “uma pessoa que claramente sofria transtornos mentais” e não teriam relação com os envolvidos no 8 de Janeiro.

“Espero que (o ataque) não prejudique e que a mídia trate o assunto como realmente é: uma pessoa que claramente sofria transtornos mentais e nada tem a ver com os patriotas que foram presos no 08/01”, afirmou.

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