Após retotalização de votos, PT terá menos deputados que PL na Alesp

São Paulo — Uma retotalização dos votos das eleições de 2022 concluída pelo Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) nessa segunda-feira (12/11) levou à perda do mandato de deputado estadual de Simão Pedro (PT) e à eleição de Camila Godoi (PSB) na Assembleia Legislativa de São Paulo. Com isso, o PT, que antes tinha 19 deputados, perde uma cadeira na casa e passa a ter menos parlamentares que o PL.

A retotalização foi feita após o julgamento de ações de investigação judicial eleitoral. Nesses processos, foi determinada a cassação dos registros de candidaturas do Pros e do PTB por fraude à cota de gênero. Consequentemente, os votos destinados aos candidatos dessas legendas foram anulados, alterando o total de votos válidos do pleito de 2022.

Como a eleição para deputado estadual funciona com base no sistema proporcional, o novo número de votos válidos altera o cálculo para distribuição de vagas. Na nova recontagem, Simão Pedro passa a assumir a condição de 1º suplente, dando sua cadeira para Camila Godoi.

A perda do mandato altera a distribuição dos partidos na Alesp, o que poderá dificultar a atuação da oposição ao governo de Tarcísio de Freitas (Republicanos) na casa. Antes da retotalização, a bancada formada pelo PT tinha 19 deputados e estava empatado com o PL na liderança das legendas com mais cadeiras. Agora, o partido de esquerda fica com 18.

Diferentemente do PT, o PSB, partido de Camila Godoi, não se declara como oposição direta a Tarcísio de Freitas, mas como independente. A legenda já tinha três deputados na Alesp, com perfis ideológicos diferentes – são eles, Andréa Werner, Dr. Valdomiro Lopes e Caio França.

A nova deputada eleita, Camila Godoi, já comemorou a ida à Alesp em suas redes sociais. Ela é vereadora de Itapevi, no interior de São Paulo, e disputou o cargo de prefeita da cidade nas eleições deste ano – quando recebeu 30.988 votos e perdeu para o atual prefeito local.

Já Simão Pedro, que foi já foi deputado estadual entre 2003 e 2014, pretende recorrer da decisão. Ele disse que recebeu a notícia por meio da imprensa e que “diante de tais fatos, o Partido dos Trabalhadores e o mandato estão tomando conhecimento dos procedimentos judiciais – uma vez que, embora afetado, o Deputado jamais exerceu qualquer contraditório – para fins de recursos ainda cabíveis contra a decisão”.

“O Partido dos Trabalhadores e o Mandato do Deputado Estadual Simão Pedro depositam toda confiança na Justiça e lutarão para fazer valer a vontade e a soberania do voto popular creditado nas urnas”, completa a nota enviada ao Metrópoles.

Em nota de apoio ao deputado, o Partido dos Trabalhadores paulista criticou a decisão do TRE e escreveu que “É inadmissível que um dos nossos parlamentares seja penalizado por algo que, além de crime eleitoral, é uma prática que impede a construção de quadros femininos que possam ocupar as instituições públicas de forma democrática”.

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