
A possibilidade de um cessar-fogo entre Rússia e Ucrânia ganhou força nos últimos dias, com Donald Trump se colocando como mediador direto das negociações. No entanto, o Kremlin adota um tom de cautela em relação ao otimismo do presidente americano, destacando que o processo ainda exige cuidado e ajustes diplomáticos.
Em entrevista ao programa BM&C News da última sexta-feira (14), o professor Marcus Vinicius de Freitas analisou os impactos geopolíticos de um possível acordo de paz entre Rússia e Ucrânia e destacou que Trump marginalizou a participação da Europa no processo. “Ele praticamente colocou os europeus de lado, deixando claro que a solução passaria por uma negociação direta com os russos“, afirmou Freitas.
Divisão na Europa e desafios para a OTAN
Segundo Freitas, a estratégia de Trump pode enfraquecer a influência dos Estados Unidos na Europa e evidenciar divisões internas entre os países do bloco. “Os europeus estão divididos nessa questão. A Europa do Leste tem um histórico de atritos com a antiga União Soviética e teme uma repetição desse cenário, enquanto o restante da Europa vê esse processo como um distanciamento gradual”, explicou.
Além disso, o professor ressaltou que a França busca um papel mais relevante nas negociações, mas que Putin dificilmente abrirá mão de certas exigências. “O diabo está nos detalhes, e Putin não aceitará qualquer acordo sem garantias estratégicas“, pontuou o especialista.
O impacto para a Ucrânia e a OTAN
Caso o cessar-fogo se concretize sob os termos propostos por Trump, a Ucrânia e a OTAN podem sair como os grandes perdedores do conflito. “Se esse acordo for fechado, a Ucrânia perde força militar e territorial, enquanto a OTAN sai com a imagem enfraquecida“, destacou Marcus Vinicius de Freitas.
Apesar do avanço das negociações, a situação segue incerta, com desdobramentos que podem redefinir a geopolítica global nos próximos meses.
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