Quem é o delegado citado por Gritzbach em acordo de delação

São Paulo — Em proposta de delação, o empresário Antônio Vinícius Gritzbach, morto a tiros no Aeroporto de Guarulhos na última sexta-feira (8/11), menciona um delegado e outros dois policiais civis em um tópico intitulado “corrupção policial”.

São eles o delegado Fabio Baena, o investigador Eduardo Monteiro e um homem identificado como Rogerinho. Os três atuavam, na época, na 3ª Delegacia de Repressão a Homicídios Múltiplos do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).

A equipe do delegado foi quem conduziu a investigação dos assassinatos de dois integrantes do PCC, Anselmo Becheli Santa Fausta, conhecido como Cara Preta, e Antônio Corona Neto, o Sem Sangue, motorista de Anselmo. A suspeita é que os homicídios teriam sido encomendados por Gritzbach.

Delegado de polícia desde 2002, Fabio Baena passou por importantes delegacias da capital antes de chegar ao DHPP, como a Delegacia de Combate ao Crime Organizado e Lavagem de Dinheiro e Tráfico de Entorpecentes (Denarc) e pelo Grupo de Operações Especiais (GOE).

Após a morte de Cara Preta e Sem Sangue, Baena foi transferido do DHPP e passou pela Delegacia Geral de Polícia e pelo Cerco da 2ª Seccional.

Na proposta de delação, a conduta dos policiais civis não é detalhada por Gritzbach. No documento, o delator também se compromete a passar informações sobre delegados e policiais do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), do 24º DP (Ponte Rasa) e do 30º DP (Tatuapé), na zona leste.

“Áudios comprovam ilicitudes e arbitrariedades de Fabio Baena e toda sua equipe, como Rogerinho, Eduardo Monteiro e outros, viciando toda a instrução processual”, afirma a proposta de delação.

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Corpo de rival do PCC executado no aeroporto

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Corpo de rival do PCC morto em desembarque de aeroporto

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Acordo de delação

O acordo de delação de Gritzbach foi celebrado em março deste ano e homologado em abril pelo juiz Leonardo Valente Barreiros, da 1ª Vara de Crimes Tributários, Organização Criminosa e Lavagem de Dinheiro da capital.

O secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite, afirmou em entrevista coletiva nessa segunda-feira (11/11) que policiais civis citados por Gritzbach na delação serão afastados. Ele não especificou, no entanto, se os nomes citados pelo empresário no acordo de delação são os mesmos citados na delação em si.

Segundo Derrite, a Corregedoria da Polícia Civil abriu um procedimento para investigar a conduta deles após o Ministério Público de São Paulo compartilhar trechos da delação de Gritzbach no início do mês. O próprio empresário teria sido ouvido em 31 de outubro.

“Ele delatou policiais civis para o Ministério Público. A gente não descarta, por hora, a participação [dos policiais] na execução na saída do aeroporto”, afirma Derrite.

Execução

Vinícius Gritzbach foi morto com tiros de fuzil após desembarcar no Aeroporto de Guarulhos, na última sexta-feira (8/11), voltando de uma viagem a Maceió com a namorada. Homens encapuzados desceram de um carro na área de embarque e desembarque e começaram a atirar. Foram 29 disparos, segundo a polícia. Além do empresário, o motorista de aplicativo Celso Araújo Sampaio de Novais morreu.

Quatro policiais militares eram responsáveis pela segurança de Gritzbach no momento do ataque. Todos estão afastados e são investigados por suspeita de envolvimento no crime. Nos primeiros depoimentos prestados, eles disseram que, instantes antes do ataque ao empresário, pararam em um posto de combustíveis para lanchar, enquanto aguardavam a chegada do empresário.

Segundo eles, quando decidiram ir em direção ao aeroporto, uma das caminhonetes em que estavam não funcionou. Apenas um dos PMs teria ido até o local, acompanhado do filho de Gritzbach. Um outro PM acompanhou o empresário na viagem a Alagoas e disse à polícia nessa segunda-feira não ter percebido qualquer movimento suspeito no aeroporto, segundo seu defensor. “Nós só queremos descobrir a verdade e achar os verdadeiros culpados dessa situação”, afirmou o advogado Guilherme Flauzino.

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