Corregedoria já investigava PMs que faziam escolta de delator do PCC

São Paulo — O delator do Primeiro Comando da Capital (PCC), Antônio Vinicius Lopes Gritzbach, foi ouvido pela Corregedoria da Polícia Civil no dia 31 de outubro sobre delação contra a facção e policiais corruptos.

O chefe da Secretaria da Segurança Pública (SSP), Guilherme Derrite afirmou em entrevista coletiva que o empresário foi o primeiro a ser ouvido pela corporação. Derrite revelou que, na delação da vítima ao Ministério Público, Gritzbach contou o nome de policiais civis que teriam “participado de alguma maneira de algum tipo de extorsão contra ele”.

Esses trechos foram compartilhados com a Corregedoria da Polícia Civil e o empresário foi convocado a contar à investigação os nomes dos policiais civis e os delitos que teriam sido cometidos.

Derrite disse ainda que os policiais militares que faziam a escolta de Gritzbach já eram investigados por ligação com o crime organizado.

Execução

Antônio Vinícius Gritzbach, de 38 anos, foi morto com tiros de fuzil após desembarcar no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, na última sexta-feira (8/11). Homens encapuzados desembarcaram de um carro na área de embarque e desembarque e começaram a atirar. Além do empresário, o motorista de aplicativo Celso Araújo Sampaio de Novais também morreu.

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Corpo de rival do PCC executado no aeroporto

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Rival de PCC é morto em aeroporto
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Corpo de rival do PCC morto em desembarque de aeroporto

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Rival de PCC é morto em aeroporto

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Quatro policiais militares eram responsáveis pela segurança de Gritzbach no momento do ataque. Todos estão afastados e são investigados pelo crime. Eles serão ouvidos novamente nesta segunda-feira (11/11).

Nos primeiros depoimentos prestados, eles disseram que, momentos antes do ataque ao empresário, pararam em posto de combustíveis para lanchar, enquanto aguardavam a chegada dele, que voltava de uma viagem a Maceió.

Segundo eles, quando decidiram ir em direção ao aeroporto, uma caminhonete não funcionou. Apenas um dos PMs teria ido até o local.

Morte de chefão do PCC

Gritzbach fechou acordo de delação premiada com o Ministério Público de São Paulo (MPSP), homologado pela Justiça neste ano.

Em seu relato, ele fala sobre lavagem de dinheiro para personagens como Anselmo Santa Fausta, conhecido como Cara Preta, e Claudio Marcos de Almeida, o Django. Eles foram sócios da empresa de ônibus UpBus, que opera linhas na zona leste da capital e está sob intervenção da Prefeitura paulistana após ter sido alvo de uma operação por suposta ligação com o PCC.

Executado em dezembro de 2021, Cara Preta era membro do alto escalão do PCC e, sobre ele, recaía a suspeita de manter movimentações de até R$ 200 milhões. Investigadores atribuem a morte dele a Gritzbach, em razão de um desentendimento entre os dois. Segundo o MPSP, o empresário teria mandado matar o traficante após ser cobrado por uma dívida em um investimento em bitcoins.

Quando foi preso e antes de fazer delação premiada, em 2022, Gritzbach afirmou ter conhecido Django e Cara Preta como bicheiros e agentes de atletas de futebol. Ele negou ser o mandante do crime.

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