prisão líder espiritual Bahia


Kléber Aran Ferreira da Silva começou a ser investigado em setembro de 2020. Segundo o Ministério Público da Bahia (MP-BA), ele dizia incorporar o espírito da entidade do médico alemão Adolph Fritz. Médium Kléber Aran Ferreira da Silva, do Templo Amor Supremo, foi denunciado por vítimas de supostos abusos sexuais
Reprodução/TV Bahia
A Polícia Civil da Bahia prendeu, neste sábado (9), o líder religioso do templo espírita Amor Supremo, Kléber Aran Ferreira da Silva, de 47 anos. Segundo o Ministério Público do Estado (MP-BA), ele dizia incorporar o espírito da entidade do médico alemão Adolph Fritz, conhecido popularmente como Dr. Fritz, responsável por tratamentos e cirurgias espirituais.
Em setembro do 2020, o MP-BA recebeu relatos de quatro pessoas, das quais três eram mulheres, Kléber Aran. As denúncias eram de crimes de abusos sexual, importunação e violação sexual mediante fraude. Na época, a defesa dele disse que as acusações eram falsas.
Em abril de 2021, o MP-BA cumpriu mandados de busca e apreensão na “Operação Cristal”, desencadeada por meio de atuação conjunta do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco) e da 24ª Promotoria de Justiça de Salvador. O objetivo era complementar as provas das práticas ilícitas narradas pelas vítimas.
De acordo com o MP-BA, as vítimas narraram que o suspeito exercia forte influência sobre frequentadores centro religioso Amor Supremo, que atualmente fica no bairro da Pituba, de acordo com informações divulgadas pelo próprio templo nas redes sociais.
Na época das denúncias, o Ministério Público divulgou que as vítimas eram levadas a participar de rituais supostamente religiosos, mas que serviam, na verdade, para “satisfação dos seus desejos libertinos”. O órgão ainda detalhou que o suspeito conseguia o silêncio da pessoas por meio de ameaças à integridade física e mental.
Sede do Ministério Público da Bahia (MP-BA), em Salvador
Alan Oliveira/G1
Denúncias
As denúncias iniciais aconteceram através projeto “Justiceiras”, por meio da Ouvidoria das Mulheres, que integra a Ouvidoria Nacional do Ministério Público do Conselho Nacional do órgão.
Durante as investigações, as vítimas apresentaram ao órgão estadual arquivos de áudio extraídos de conversas de aplicativo de mensagens, revelando, segundo o Gaeco, as ações do acusado para “submetê-las à sua lascívia, após criar a ilusão de que teriam sido escolhidas para serem as guardiãs do Cristal”.
Elas vítimas eram cercadas de uma atmosfera de confiança e apreço, sendo levadas a acreditar que a conduta do investigado originava-se de necessidades espirituais, sendo que, após a concretização dos abusos, o médium submetia as mulheres a “situações de humilhação e subserviência, permeadas por forte violência espiritual, psicológica, sexual e até financeira”.
[Reportagem em atualização]
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