Em Joaquim Gomes, mulheres resgatam brincadeira de infância para manter a forma e fortalecer laços de amizade


Com uma proposta leve e divertida, o grupo de mulheres usa o jogo de queimado para se exercitar, fazer amizades e criar uma rede de apoio emocional. Mulheres resgatam jogo de queimado para sair do sedentarismo em AL
Nem caminhada, muito menos academia. Em Joaquim Gomes, cidade do interior de Alagoas, um grupo de mulheres encontrou uma maneira inusitada de se exercitar, afastar o sedentarismo e se divertir: o jogo de queimado. A iniciativa, que começou como uma brincadeira, tornou-se uma prática semanal e reúne mais de 100 participantes de todas as idades, resgatando uma atividade da infância com uma nova proposta de saúde e bem-estar.
Tudo começou com a comerciante Rosilene Nascimento, que sentiu a necessidade de fazer algum tipo de exercício. Decidida a se movimentar de forma leve e prazerosa, ela fez um convite nas redes sociais para reunir algumas amigas e reviver o queimado.
Mulheres se reúnem para jogar queimado
Luzamir Carneiro/ Arquivo pessoal
O que era para ser um pequeno grupo cresceu rapidamente, e hoje já soma mais de 100 jogadoras. “Precisamos até fechar o grupo porque já tem muita gente e não estamos conseguindo dar conta”, conta Rosilene. “Tudo começou como uma brincadeira, mas hoje é uma prática de atividade física.”
As partidas ocorrem uma vez por semana nas quadras públicas da cidade, onde as mulheres dividem espaço com o futebol dos homens, mas já reivindicam seu próprio horário e espaço. “Usamos as mesmas regras de quando jogávamos na infância”, explica Rosilene. “Queremos manter o jogo leve, um ambiente para rir, fazer amizades e aliviar o estresse.”
“Usamos as regras mais básicas de jogo, evitamos as brigas e fazemos questão de sempre deixar claro que a intenção do grupo é ser mais leve que a vida cotidiana, só um ambiente pra fazer boas amizades, dar boas gargalhadas e extravasar o estresse brincando”, diz a comerciante.
No jogo, os participantes são divididos em dois times, posicionados em lados opostos da quadra. Eles precisam arremessar a bola para “queimar” um participante adversário. Ganha quem eliminar, ou seja, queimar, o time adversário totalmente.
Entre as jogadoras, está a fisioterapeuta Klívia Magalhães, que voluntariamente conduz o aquecimento antes das partidas para evitar lesões. “Elas encontram aqui uma forma de cuidar da saúde de maneira divertida, e isso é essencial”, afirma.
Além da prática física, o grupo gerou uma rede de apoio entre as mulheres da cidade. “Muitas compartilham histórias pessoais, e percebemos que, além do exercício, o queimado trouxe uma oportunidade para se reconectar socialmente. Uma delas, por exemplo, estava há semanas sem sair de casa e encontrou no grupo uma razão para voltar a interagir.”
“Somos um grupo de mulheres que curam mulheres”, diz Rosilene.
Com o aumento da procura, o grupo já planeja dividir as participantes em categorias, como iniciantes e competidoras, para facilitar a logística e, quem sabe, tornar o jogo de queimado uma prática diária.
Jogo de queimado em Murici, Alagoas
Luzamir Carneiro/ Arquivo pessoal
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