Mãe de quatro filhos e recém-casada: Quem era a cuidadora de idosos que foi assassinada por colega em Goiânia


Homem confessou e detalhou como matou Cintia. Segundo o marido da mulher, naquele dia, o autor do crime substituiu o colega fixo da vítima, que revezava o trabalho na casa com ela. Marcelo Junior Bastos Santos é suspeito de matar Cintia Ribeiro Barbosa, em Goiânia
Divulgação/Polícia Civil
A cuidadora de idosos Cintia Ribeiro Barbosa, de 38 anos, que foi morta durante o trabalho em uma casa no Setor Cidade Jardim, em Goiânia, era mãe de quatro filhos e tinha completado 10 dias de casamento quando ocorreu o crime. Segundo a Polícia Civil de Goiás (PC-GO), o suspeito é o colega dela, Marcelo Junior Bastos Santos, que confessou e contou detalhes do assassinato em depoimento. Para o marido de Cíntia, o construtor Nathanael da Silva, de 50 anos, ficou apenas a saudade.
“Foi uma joia rara na minha vida. Cintia era uma pessoa exemplar, uma companheira que eu desejava por muitos anos na minha vida. Tudo ela compartilhava comigo, era sincera, uma pessoa maravilhosa”, contou ao g1.
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A Defensoria Pública informou que representou o suspeito do crime na audiência de custódia realizada na quarta-feira (6) e que não comentará o caso. Marcelo poderá optar por contratar um advogado particular ou manter a representação da defensoria ao longo do processo criminal.
Casamento
Nathanael e Cintia eram recém-casados, Goiás
Arquivo pessoal/Nathanael da Silva
O marido disse que os dois se conheceram em uma relação de prestador de serviços e cliente. Segundo Nathanael, na época Cintia era casada com outra pessoa, mas se separou, ficando solteira por quase um ano. Neste período, ele recorda que a amizade entre os dois continuaram, até começarem um namoro e frequentarem a mesma igreja.
“Namoramos um tempo, depois ela veio morar comigo na minha casa. Recentemente, decidimos nos casar, pois nossa religião [evangélica] não permitia vivermos naquela situação”, destacou o marido.
Mãe de quatro filhos, dois adultos e dois menores de idade, ao ir morar com Nathanael, Cintia levou os adolescentes, um rapaz de 16 e uma moça de 12 anos. “Como não tínhamos filhos juntos, os filhos dela eram os meus filhos e os meus eram os filhos dela”, descreve a relação que mantinha com a cuidadora de idosos.
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Nathanael recorda que quando a conheceu, ela já trabalhava com o casal de idosos. Com eles, de acordo com o marido, Cintia já estava há mais de sete anos. Como era caminho para o seu trabalho, era ele quem levava e buscava a mulher na residência.
Dia do assassinato
Cuidadora de idosos Cintia Ribeiro Barbosa, de 38 anos, foi encontrada morta com sinais de estrangulamento, em Goiânia
Reprodução/Redes Sociais
No dia do crime, Nathanael lembra que deixou Cintia na porta da residência, como fazia todos os dias. “Nos despedimos com um beijo e fui embora. Na hora do almoço, a minha enteada tentou ligar para mãe, como era de costume, e não conseguiu falar, daí ela me ligou, e, por volta das 14h, fui lá e encontrei apenas a filha do casal irritada, pois achava que a Cintia tinha faltado”, relata.
Sem notícias de Cintia, Nathanael ressalta que ele passou a ser o suspeito do desaparecimento dela. “Com isso, tivemos a ideia de procurar nas câmeras de particulares da rua, mas muita gente não quis fornecer as imagens, com medo de se complicarem por algum motivo. Então, a única que conseguimos, graças a Deus, foi a principal que nos ajudou, pois fica de frente com a casa”, detalhou.
Nathanael cita que conseguiu as cenas apenas na terça-feira (5), um dia após a morte de Cintia. “Puxamos a imagem que mostrou quando eu deixei ela lá, mostrou a hora que ela entrou e quando o rapaz fecha o portão, olhando para um lado e outro para ver se não via ninguém”, descreveu.
Cíntia e um homem revessavam para cuidar do mesmo casal de idosos na casa. Nathanael revela que naquele final de semana o colega fixo da esposa não pode comparecer ao trabalho, porque um parente próximo havia falecido. Ela ficava durante a semana e o dia, das 8h às 16h, enquanto o outro ficava à noite e no final de semana.
“No dia que ela foi morta, ela não esperava outra pessoa lá, ela esperava um amigo dela, que era desta empresa. Ele entrava no sábado e na segunda de manhã ia embora, depois que ela chegava e eles cuidavam do casal. Mas com a falta dele, a empresa mandou este covarde”, lamentou Nathanael.
Até a última atualização desta reportagem, o g1 não conseguiu contato com a empresa onde Cíntia trabalhava para que a instituição pudesse se posicionar.
Homem confessa e detalha crime
Homem confessa como matou cuidadora de idosos estrangulada após ela negar beijo
Após ser preso, Marcelo Junior confessou ter assassinado a cuidadora de idosos estrangulada. Para a polícia, ele alegou que Cintia recusou um beijo dele e no interrogatório, o homem detalhou como matou a vítima.
O assassinato aconteceu na segunda-feira (4) e o corpo da vítima foi encontrado na terça-feira (5), ao lado da casa onde ela trabalhava. A delegada responsável pela investigação, Laura Soares, da Central de Flagrantes, Laura ressaltou que o suspeito chegou a pedir uma pá a um vizinho, o que levantou suspeitas de crime e levou a polícia a acionar a Delegacia de Homicídios.
Assim, o caso passou para o delegado Carlos Alfama. Durante a investigação, a polícia encontrou sinais de terra remexida no quintal da residência onde Cíntia trabalhava, e a cerca elétrica estava deformada. O corpo foi encontrado jogado na casa vizinha. O suspeito foi identificado a partir das imagens das câmeras de vigilância da região.
Com ele, a polícia revelou que encontrou os anéis de casamento e noivado da cuidadora de idosos. “Hoje irei buscar os objetos da minha esposa apreendidos com o criminoso”, finalizou Nathanael.
Marcelo Junior Bastos Santos que confessou feminicídio de cuidadora de idosos, em Goiás
Reprodução/TV Anhanguera
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