Venezuela e Rússia assinam acordos de ‘inteligência’ contra ‘espionagem’


Vice-primeiro-ministro russo afirmou nesta quinta (7) que o país está disposto a suprir ‘plenamente as necessidades das forças armadas venezuelanas’ com armamentos sofisticados. Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, cumprimenta Vladimir Putin durante reunião de cúpula do Brics em Kazan, na Rússia
Alexander Nemenov/Pool via Reuters
Venezuela e Rússia assinaram 17 acordos nesta quinta-feira (7) que, segundo o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, selam “o caminho da cooperação” e abrangem áreas estratégicas como “inteligência” contra “espionagem”, cooperação militar e investimentos energéticos.
“Foram assinados 17 acordos para o desenvolvimento compartilhado e investimentos mútuos”, declarou Maduro durante um evento no palácio presidencial de Miraflores, após a 18ª reunião da Comissão Intergovernamental de Alto Nível (Cian), composta por delegados de ambos os países.
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“Hoje, com esses acordos que assinamos, com esses contratos que assinamos, selamos e consolidamos o caminho de união e cooperação entre Rússia e Venezuela para os próximos anos, até 2030 e além”, afirmou o líder esquerdista.
Mais cedo, durante o encontro liderado pela vice-presidente e ministra do Petróleo, Delcy Rodríguez, e pelo vice-primeiro-ministro da Rússia, Dmitry Chernishenko, foi assinado um documento para cooperação no “uso de drones” e em “questões de inteligência e contrainteligência contra espionagem”.
Chernishenko ressaltou a disposição de seu país em suprir “plenamente” as “necessidades das forças armadas venezuelanas” com exemplares “mais sofisticados de armamento e maquinário militar”, de acordo com a tradução do canal estatal VTV.
Rodríguez, por sua vez, agradeceu o apoio do presidente russo, Vladimir Putin, para a “equipagem” das Forças Armadas venezuelanas e o intercâmbio de cooperação para o “resguardo” da “integridade territorial e garantia de nossa soberania nacional”.
A relação entre Caracas e Moscou se estreitou durante o governo do falecido ex-presidente Hugo Chávez (1999-2013). Em 2004, foi estabelecida a comissão de alto nível entre os dois países e, desde então, mais de 400 acordos foram assinados.
A Rússia tem sido um importante fornecedor de equipamentos militares para a Venezuela, incluindo aeronaves Sukhoi e fuzis Kalashnikov.
As partes também assinaram acordos para “capacitação e assessoria técnica” na área energética e para a “prestação de serviços petrolíferos e tecnologia de recuperação de óleos crus extrapesados”.
A Rússia tem afirmado que a Venezuela é um “parceiro confiável” na América Latina e manifestou seu total apoio ao governo do presidente Nicolás Maduro, reeleito em julho para um terceiro mandato consecutivo de seis anos, apesar das denúncias de fraude.
O governo russo também expressou sua disposição para ajudar na recuperação econômica da Venezuela e em sua indústria petrolífera, que busca se reerguer após anos de crise por problemas de corrupção e desinvestimentos. Atualmente, a Venezuela produz pouco mais de 900 mil barris por dia.
“A parte russa está disposta a fornecer acesso ao capital e às competências para o desenvolvimento dos setores-chave da economia venezuelana, em primeiro lugar, no setor de petróleo e gás, mineração e o complexo agroindustrial”, apontou Chernishenko.

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