De ‘Missão Impossível’ a ‘Rei Leão’: quem é a brasileira referência em efeitos visuais em Hollywood


Formada pela Unicamp, em Campinas (SP), Tatiana Leite detalhou ao g1 como conquistou espaço em mercado predominantemente masculino. Conheça a brasileira referência em efeitos visuais em Hollywood
Com produções como “Missão: Impossível – Efeito Fallout”, “Capitã Marvel” e o remake de “O Rei Leão” no currículo, a brasileira Tati Leite, formada pela Unicamp, em Campinas (SP), ganhou espaço em Hollywood e se tornou referência em efeitos visuais.
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Entre desafios e conquistas, a artista diz ter uma trajetória marcada por determinação para conseguir reconhecimento em uma área dominada por homens, se destacando por dar vida a cenários e personagens que marcaram gerações.
O g1 conversou com a artista de efeitos visuais para saber mais sobre a caminhada até a “fábrica de sonhos” e os bastidores das produções, incluindo o trabalho inovador no set de “O Rei Leão”, onde afirma ter sido a única mulher operando tecnicamente.
🎬 Da Unicamp para Hollywood
Tatiana Leite no Disney Animation Studio, na Califórnia
Tati Leite/Arquivo pessoal
Apaixonada por animações desde criança, Tati conta que o cinema sempre fez parte da própria vida. A opção para dar os primeiros passos na área foi cursar engenharia de computação na Unicamp.
Na universidade, a artista conta que começou a ganhar conhecimento e construir portfólio. Mas foi durante uma conferência de computação gráfica nos Estados Unidos que de fato viu o sonho mais próximo.
“Lá eu vi que aquilo para mim era um parque de diversão, tudo que eu queria existia, eu conseguia falar com todo mundo, era um cenário perfeito. Então, quando eu fui para lá eu decidi que se o que eu queria existia era para lá que eu tinha que ir”, contou.
Movida por essa certeza, Tati se mudou para Los Angeles, na Califórnia, cidade onde fica a sede de Hollywood. Entre cursos na área de entretenimento e networking, ela conseguiu uma primeira oportunidade, sendo chamada para trabalhar nos efeitos visuais do longa da Marvel, “O Homem-Formiga e a Vespa”.
Desde então, quando uma porta se abriu, as próximas também começaram a surgir. Hoje, Tati acumula produções como “O Rei Leão” , “Mufasa”, “Christopher Robin”, “Branca de Neve”, “Capitã Marvel” e “Missão: Impossível – Efeito Fallout”, além de ser a primeira a dirigir um projeto de produção virtual na CCXP, convenção brasileira de cultura pop.
Tatiana leite foi a primeira pessoa a dirigir um projeto de produção virtual na CCXP, convenção brasileira de cultura pop.
Tati Leite/Arquivo pessoal
💻 Tecnologia, tecnologia e mais tecnologia
O ápice do sonho veio com “O Rei Leão”, filme que esteve presente na infância de Tati. No longa, a artista trabalhou em uma produção que marcou o cinema, não apenas pelo sucesso, mas também pela tecnologia de ponta aplicada.
Ela explica que, pela primeira vez, toda a criação dos cenários e das animações foi feita previamente, permitindo que a produção virtual ganhasse vida no set.
“Quando o diretor falava ação a gente dava um play, os animais animados vinham, e aí os movimentos de câmera eram colocados, tudo como se os atores leões estivessem lá presentes no set de filmagem”, descreveu.
Processo de produção das cenas de “O Rei Leão”
BIG MOVIES behind the scenes/Artes/g1
🚹 Uma indústria de predominância masculina
Apesar de uma carreira marcada por sucessos, a trajetória de Tatiana também foi permeada pelos desafios de ser mulher em uma indústria dominada por homens. Ela explicou que, muitas vezes, o preconceito é sutil, mas torna a caminhada mais desafiadora.
“O fato de você ser estrangeiro já te coloca um pouco para trás; o fato de você ser uma mulher te coloca um pouco mais atrás; o fato de você ser uma mulher latina coloca a gente como as últimas possibilidades”.
Para Tati, a falta de representatividade feminina e latina na indústria reforça estereótipos antigos. Ela reconhece a importância do papel que desempenha para mudar o cenário e abrir possibilidades para outras mulheres no universo dos efeitos visuais.
“Você tem que ter referência, então a diversidade importa, é fundamental porque você tem que ver alguém ali, se identificar e falar: ‘Ah, se ela tá fazendo, então também consigo me ver ali”, frisou.
*Estagiária sob supervisão de Gabriella Ramos.
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