Kamala ou Trump: o que cada candidato precisa para conquistar a presidência?

Kamala Harris e Donald Trump, candidatos à Presidência dos Estados UnidosMontagem iG – White House (Wikimedia Commons)

No tortuoso caminho para chegar à Casa Branca, Kamala Harris começa em vantagem sobre Donald Trump, mas tem menos combinações possíveis para alcançar a vitória.

Para se eleger presidente, o candidato precisa obter 270 dos 538 votos no colégio eleitoral, sendo que 93 estão em estados sem um predomínio claro, divididos em dois grupos.

O primeiro, com 49 votos, é o chamado “Cinturão do Sol”, que reúne estados do sul dos EUA, como Arizona (11 eleitores), Carolina do Norte (16), Geórgia (16) e Nevada (6).

O outro é o “Cinturão da Ferrugem”, no antigo coração da indústria manufatureira americana, com Michigan (15), Pensilvânia (19) e Wisconsin (10), totalizando 44.

Harris, segundo avaliações de diversos centros de análise política dos EUA, parte com 226 votos sólidos ou prováveis e precisaria de 44 para chegar aos 270.

Já Trump teria pelo menos 219 votos garantidos e necessitaria de 51.

No entanto, a democrata tem 25 combinações vencedoras possíveis nos sete estados-pêndulos, contra 32 do republicano.

Ambos precisarão vencer em pelo menos três desses estados para chegar à Casa Branca, em uma disputa que deve se definir com diferença de poucos milhares de votos, assim como já ocorreu em 2016 e 2020.

O estado mais importante e disputado do “Cinturão da Ferrugem” é a Pensilvânia. Se Harris conquistá-lo, bastarão outros dois estados-pêndulos, com exceção de Nevada. Caso a vice-presidente também fature Michigan ou Wisconsin, Trump teria de vencer nos cinco estados-pêndulos restantes.

 A democrata ainda chegaria à Casa Branca se levasse todo o “Cinturão do Sol”, mesmo sem o apoio do Meio-Oeste americano, mas as pesquisas indicam que essa hipótese é menos possível.

A chave do sucesso nesses quatro estados sulistas está nas mãos do eleitorado negro e latino, mas os democratas não conquistam os quatro em uma mesma eleição desde 1948, com Harry Truman.

Para Trump, o caminho mais provável à Casa Branca passa pela conquista do “Cinturão do Sol” e de um dos três estados-pêndulos entre Michigan, Pensilvânia e Wisconsin – se ganhar na Pensilvânia, poderia até perder Arizona e Nevada, ou então a Geórgia.

Também não está descartada a hipótese de um empate no colégio eleitoral, caso Harris conquiste o “Cinturão da Ferrugem” e Trump leve o “Cinturão do Sol”, além de todos os votos do Nebraska, que os divide por distrito, sendo que os democratas lideram em um deles.

Neste caso, o próximo presidente seria escolhido pela Câmara dos Representantes, onde cada bancada estadual exprimiria um voto – os republicanos costumam controlar a maioria dos estados.

Quem obtivesse 26, de um total de 50, sairia vencedor da disputa.

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