Para diminuir sobrecarga nas unidades de saúde, cidades recorrem a teleconsultas


‘Numa situação de urgência, uma situação aguda, [a pessoa] deve procurar o pronto-atendimento presencial de imediato’, ressalta a ministra da Saúde, porém. Teleconsultas aumentam no Brasil
TV Globo
Para tentar diminuir a sobrecarga nas unidades de saúde, algumas cidades estão implantando um serviço muito usado durante a pandemia: as teleconsultas.
Para quem está sofrendo com os sintomas da dengue, o atendimento sem sair de casa é um alento.
“O que eu posso te ajudar hoje?”, diz uma médica, em videochamada. “Que dia começaram os sintomas?”
A central de teleconsulta da prefeitura de Belo Horizonte tem sete médicos para atender pessoas com sintomas de dengue e outras arboviroses.
O paciente deve estar cadastrado em um posto de saúde para fazer o agendamento. Nos dois primeiros dias do novo serviço, as vagas para teleconsulta se esgotaram em apenas uma hora.
“Vamos ter uma média de 100 a 120 ofertas de teleconsulta por dia”, afirma Mateus figueiredo, gerente da rede ambulatorial especializada de Belo Horizonte. “Caso seja necessário, a gente vai ampliar como está sendo feito nos outros serviços da rede SUS-BH.”
As UPAs (Unidade de Pronto Atendimento de Belo Horizonte) têm ficado cheias, como essa aqui, onde as pessoas aguardam horas só para fazer a triagem com o enfermeiro.
Com a teleconsulta, a expectativa é de tentar diminuir essa espera, já que a videochamada é feita diretamente com um médico, que só recomenda a vinda do paciente a uma unidade de saúde para fazer exames agendados ou quando o diagnóstico é considerado mais grave.
Depois de fazer a teleconsulta e receber a prescrição médica por e-mail, o Bruno só vai ao posto para buscar remédios e fazer um hemograma.
“Vai ser mais curto, até mesmo porque, com agendamento, eu vou no horário marcado dessa coleta, desses exames, e não vou precisar ficar lá duas, três, quatro horas aguardando”, diz Bruno Lovisi, promotor de vendas.
Curitiba também oferece a teleconsulta. A triagem é feita por telefone. Se o quadro for grave, o médico orienta que o paciente procure uma unidade de saúde. Os casos mais leves são atendidos por videochamadas.
“Depois do atendimento, esse caso suspeito, ele passa por uma ação da vigilância no bloqueio do território”, diz Flávia Quadros, superintendente de gestão em saúde de Curitiba. “É falado com todos os vizinhos ali na região, que existem casos de dengue, que tem que limpar o seu terreno, que tem, muitas vezes, aplicar algum produto, então tudo isso é feito também.”
O Ministério da Saúde diz que a experiência bem sucedida da telemedicina na pandemia da Covid-19 ajudou na reutilização do serviço. E que o serviço, Brasil afora, ajuda a desafogar as unidades de saúde.
“Às vezes, mesmo quando o problema não é completamente resolvido naquele momento, mas o fato de ele receber a orientação, de ele ter uma escuta, de um profissional poder apoiá-lo nos sintomas, ou na dúvida que ele tem, já ajuda muito”, afirma Ana Estela Haddad, secretária de informação e saúde digital do Ministério da Saúde.
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