Ministério da Educação diz que cancelou posse de 140 médicos residentes do Iamspe após denúncias sobre lisura da prova


Decisão foi divulgada na sexta (1º), dia em que médicos que passaram em prova tomariam posse e começariam a trabalhar no Hospital do Servidor Público Estadual. Médicos protestam em São Paulo
Reprodução
O Ministério da Educação informou neste sábado (2) que o cancelamento da contratação de 140 médicos residentes aprovados no concurso do Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual de São Paulo (Iamspe) foi provocado por denúncias sobre a lisura do processo seletivo.
De acordo com nota divulgada pela Comissão Nacional de Residência Médica, do MEC, a seleção não foi reconhecida por estar em desacordo com a resolução 17 da comissão e um novo processo seletivo será realizado.
A comissão afirmou ainda que a decisão decorreu de denúncias de candidatos que se sentiram prejudicados pela forma com que o conteúdo da prova foi aplicado e que, depois de análise, não foram identificadas na avaliação questões relacionadas aos temas obrigatórios (medicina preventiva e social).
A médica Laura Cohen Warszawiak conta que os candidatos estranharam a prova. “Todo mundo estrannhou e durante a prova alguns até questionaram se não estava errado o caderno de prova, mas o Iamspe publicou falando que a lisura do processo estava mantida e nao foi prejudicada por esssa ausência de questões. Porque isso estava contemplado ao longo da prova. Então é o principal argumento juridico que nós estamos usando a nosso favor.”
Com isso, está havendo uma sobrecarga dos médicos e residentes que já atuam no Hospital do Servidor Público Estadual.
Patrícia Grossi é médica residente do Iamspe, está no último ano da residência, e explica o impacto da falta de profissionais. “Há essa sobrecarga substancial no serviço tanto na emergência, pronto-socorro, também em nível ambulatorial, consultas, procedimentos. Está tudo parado por conta dessa falta de 140 médicos.”
Na sexta (1º), candidatos que passaram na prova fizeram um protesto contra a decisão de suspendê-la.
O que diz o Iamspe
Marcelo Takano, diretor do hospital, afirmou à TV Globo que a falta de residentes não impede o atendimento da unidade.
O Iamspe, que é ligado à Secretaria de Governo e Gestão Digital do estado, disse que a suspensão da posse dos residentes foi para cumprir a decisão da Comissão Nacional de Residência Médica, que pediu uma nova prova.
O instituto afirmou que foi comunicado na segunda-feira (26) e que está adotando as medidas judiciais e administrativas para manter a prova e consequentemente o ingresso dos residentes. O Conselho Nacional de Residência Médica, ligado ao Ministério da Educação, não reconheceu a validade do processo seletivo e determinou a realização de outra prova.
Os médicos já tinham feito a matrícula, alguns, mudaram-se para São Paulo e até abriram conta bancária para receber a bolsa da residência.
“Até a noite de ontem [29 de fevereiro]. a orientação era que o processo estava mantido para tomar posse nesta sexta [1º de março]. Quando eu vi que tinha passado, me mudei para São Paulo, deixei minha família no Rio e durante essa semana começou essa incerteza toda”, afirma Matheus Teixeira Barandas.
No começo deste ano, o SP2 mostrou a situação de servidores públicos estaduais que usam o Iamspe, que é ligado à Secretaria de Governo e Gestão Digital do estado. Eles reclamavam de dificuldades para marcar consultas. Uma das pacientes estava há meses tentando um agendamento com o médico.
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