
O setor de serviços no Brasil começou o ano de 2025 com um leve recuo de 0,2% em janeiro, comparado a dezembro de 2024, conforme dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Apesar da retração, na comparação anual, o setor manteve um crescimento de 1,6%, marcando o décimo mês consecutivo de alta. No entanto, especialistas apontam que os números reforçam a desaceleração gradual da economia, com o principal setor da atividade econômica enfrentando dificuldades para recuperar a queda acumulada de 1,1% nos últimos três meses.
Serviços: setores que influenciaram
Dos cinco segmentos analisados, três registraram retração em relação ao mês anterior. O maior impacto veio do setor de transportes, que apresentou uma queda de 1,8%, seguido pelos serviços prestados às famílias (-2,4%) e pelos serviços profissionais, administrativos e complementares (-0,5%).
Em contrapartida, setores ligados à tecnologia continuam se destacando. Serviços de informação e comunicação cresceram 2,3%, mantendo uma tendência positiva observada nos últimos meses. O segmento de tecnologia da informação, em especial, registrou uma alta expressiva de 7,8%, alcançando um novo recorde na série histórica. Outros serviços, que englobam atividades empresariais e financeiras, também tiveram um desempenho positivo, avançando 2,3% no mês.
Inflação e juros elevados devem conter o crescimento
Para Igor Cadilhac, economista do PicPay, o resultado da Pesquisa Mensal de Serviços confirma um cenário de perda de fôlego da atividade econômica. Segundo ele, fatores como inflação persistente, juros elevados e aperto das condições financeiras tendem a impactar negativamente os setores mais dependentes do consumo.
“A economia está entrando em um período de desaceleração inevitável, necessário para corrigir desequilíbrios recentes. O impacto será mais evidente a partir do segundo semestre, quando o consumo das famílias e o crédito devem sentir mais o peso da política monetária restritiva“, explica Cadilhac.
Diante desse cenário, o economista projeta um crescimento modesto de 1,2% para o setor de serviços em 2025. Caso não haja mudanças significativas no ambiente econômico, ele alerta para o risco de uma estagnação, podendo até mesmo levar a uma recessão técnica nos próximos trimestres.
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