Professor da UFPI aprimora uso de software que simula enchentes e ruptura de barragens


Desenvolvido pelo Exército Americano, o software “Hec-Ras” é adotado para prever situações de risco envolvendo desastres naturais. Professor aprimora sistema que prevê rupturas em barragens
O professor do Departamento de Recursos Hídricos, Geotecnia e Saneamento Básico da Universidade Federal do Piauí (UFPI), Jean Prost Moscardi, está à frente do aprimoramento de um programa para simulação de eventos de drenagem e rupturas de barragens, o “Hec-Ras”. O objetivo é prevenir tragédias como as da tragédia da barragem Algodões, que em 2024 completa 15 anos.
Desenvolvido pelo Exército Americano, o software é adotado para prever situações de risco envolvendo desastres naturais. A inovação proposta pelo professor e sua equipe foi a inclusão da alocação de quarteirões nas simulações, recurso que o programa original não permitia.
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Segundo o professor, essa atualização permite resultados mais precisos e com maior capacidade de representar a realidade.
“À medida que eu consigo alocar quarteirões, eu consigo ter uma resposta mais real e plausível de toda a realidade que está ocorrendo. Isso me permite identificar pontos de alagamento, áreas de maior velocidade de fluxo, além de prever quais pontos podem ser destruídos em um evento catastrófico. Isso pode nos auxiliar muito no desenvolvimento ou até mesmo na elaboração de um plano diretor para bairros e cidades”, disse o professor.
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Durante a apresentação de uma simulação realizada para o bairro Torquato Neto, na Zona Sul de Teresina, Jean Prost destacou como o programa consegue prever os impactos de chuvas intensas na região.
“Nós conseguimos colocar um gradiente de cores que identifica os pontos mais críticos. Locais em amarelo, por exemplo, mostram onde pessoas podem ser arrastadas pela enxurrada; já o vermelho e o roxo indicam onde motos e carros podem ser levados. É claro que isso aqui é uma simulação em computador, então compete a nós depois da simulação ir em campo verificar, mas nós temos a simulação batendo com a realidade nesse ponto como casos de veículos arrastados e até a morte de uma jovem na área”, relata.
Simulação realizada para o bairro Torquato Neto, na Zona Sul de Teresina
Reprodução / TV Clube
Simulação em barragem
O professor também exibiu uma simulação de ruptura de barragem utilizando o Hec-Ras. A simulação identificou o comportamento da lâmina d’água em diferentes áreas e os impactos potenciais da inundação.
“O programa mostra com precisão a velocidade da água e os níveis de destruição. Por exemplo, a cor azul indica onde crianças podem ser arrastadas, o amarelo aponta risco para adultos, o vermelho para veículos, e o roxo para a destruição total de edificações”, explicou.
Ele também destacou que, embora a barragem simulada não esteja localizada no Piauí, o software já está sendo adaptado para monitorar barragens piauienses, permitindo que autoridades e comunidades se preparem para eventuais desastres.
Simulação de ruptura de barragem utilizando o Hec-Ras
Reprodução / TV Clube
O software já foi testado em diferentes Estados brasileiros, como São Paulo e Bahia, apresentando resultados promissores. Além disso, o professor ressalta que a equipe está em contato com órgãos, como a Semarh e a Defesa Civil, discutindo parcerias para o uso do programa em diversas áreas, incluindo simulações de barragens.
“O software pode ser utilizado em qualquer parte do mundo, desde que as curvas de nível sejam precisas, já que erros na topografia podem comprometer os resultados”, comentou.
Estagiária sob supervisão de Maria Romero.
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