Aparelho auditivo pode evitar diagnóstico de Parkinson, sugere estudo

Pesquisadores dos Estados Unidos apontam que a prescrição de aparelhos auditivos pode ser um fator importante para evitar a doença de Parkinson. O trabalho foi publicado na revista Jama Neurology, no último dia 21 de outubro.

Usando informações de saúde de 3,5 milhões de veteranos de guerra dos Estados Unidos, os cientistas verificaram que a perda auditiva é um fator de risco para o Parkinson, pois indivíduos que apresentaram dificuldades para escutar tiveram maior probabilidade de serem diagnosticados com a doença mais tarde.

O acompanhamento também permitiu perceber que, quanto mais grave a perda auditiva e quanto mais cedo ela ocorre, mais provável o diagnóstico de Parkinson no futuro. No entanto, quando os aparelhos auditivos foram prescritos logo no início, o risco de desenvolver a doença neurodegenerativa caiu.

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Esse processo degenerativo das células nervosas pode afetar diferentes partes do cérebro e, como consequência, gerar sintomas como tremores involuntários, perda da coordenação motora e rigidez muscular

Outros sintomas da doença são lentidão, contração muscular, movimentos involuntários e instabilidade da postura
Em casos avançados, a doença também impede a produção de acetilcolina, neurotransmissor que regula a memória, aprendizado e o sono
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), apesar de a doença ser conhecida por acometer pessoas idosas, cerca de 10% a 15% dos pacientes diagnosticados têm menos de 50 anos
Não se sabe ao certo o que causa o Parkinson, mas, quando ocorre em jovens, é comum que tenha relação genética. Neste caso, os sintomas progridem mais lentamente, e há uma maior preservação cognitiva e de expectativa de vida
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Parkinson é uma doença neurológica caracterizada pela degeneração progressiva dos neurônios responsáveis pela produção de dopamina

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Esse processo degenerativo das células nervosas pode afetar diferentes partes do cérebro e, como consequência, gerar sintomas como tremores involuntários, perda da coordenação motora e rigidez muscular

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Outros sintomas da doença são lentidão, contração muscular, movimentos involuntários e instabilidade da postura

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Em casos avançados, a doença também impede a produção de acetilcolina, neurotransmissor que regula a memória, aprendizado e o sono

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Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), apesar de a doença ser conhecida por acometer pessoas idosas, cerca de 10% a 15% dos pacientes diagnosticados têm menos de 50 anos

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Não se sabe ao certo o que causa o Parkinson, mas, quando ocorre em jovens, é comum que tenha relação genética. Neste caso, os sintomas progridem mais lentamente, e há uma maior preservação cognitiva e de expectativa de vida

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O diagnóstico é médico e exige uma série de exames, tais como: tomografia cerebral e ressonância magnética. Para pacientes sem sintomas, recomenda-se a realização de tomografia computadorizada para verificar a quantidade de dopamina no cérebro

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O Parkinson não tem cura, mas o tratamento pode diminuir a progressão dos sintomas e ajudar na qualidade de vida. Além de remédio, é necessário o acompanhamento de uma equipe multidisciplinar. Em alguns casos, há possibilidade de cirurgia no cérebro

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Outros estudos

Em 2022, uma revisão de estudos descobriu que, entre os adultos com deficiência auditiva, aqueles que controlam a condição com aparelhos têm 19% menos probabilidade de apresentar sinais de declínio cognitivo do que aqueles que não o fazem. No ano seguinte, um ensaio clínico mostrou que aparelhos auditivos podem diminuir a taxa de declínio cognitivo em quase 50% em adultos mais velhos.

Assim como a demência, o Parkinson é comumente associado ao declínio cognitivo. Hoje, está bem estabelecido que problemas de visão e perda do olfato podem preceder os sintomas físicos que qualificam a doença, como lentidão de movimento, rigidez e tremores.

“A correção da audição com um aparelho pode ser o fator de risco modificável mais importante para demência na meia-idade e pode ser o mesmo para a doença de Parkinson”, escreveu o líder da pesquisa, o neurologista Lee Neilsen, da Faculdade de Medicina da Universidade Case Western Reserve, nos Estados Unidos.

Hipóteses

Os cientistas ainda não sabem dizer se os aparelhos auditivos estão restaurando ou fortalecendo conexões neurais perdidas, assim como os exercícios regulares podem restaurar e fortalecer músculos.

Outra hipótese é que os aparelhos auditivos aliviam a pressão sobre as reservas de energia do cérebro, permitindo um funcionamento mais fácil das conexões.

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