RJ: bolsonarista sem diploma perde órgão de pesquisa, mas ganha cargo

O secretário de Ciência e Tecnologia do governo do Rio de Janeiro, o bolsonarista Anderson Moraes, formalizou a substituição da presidência da Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj) à Casa Civil. Sai o biofísico Jerson Lima Silva e entra Carolina Alves da Costa, que deixou a presidência da Fundação de Apoio à Escola Técnica do Estado do Rio de Janeiro (Faetec).

Porém, um parecer do compliance do próprio gabinete do governador Cláudio Castro, afirma que só pode assumir à presidência da Faperj quem tem doutorado, o que Carolina não possui. Antes do nome dela ser oficializado, o indicado para a vaga era Alexandre Valle Cardoso, um bolsonarista de Itaguaí, que sequer tem nível superior.

Sem citar nomes, o subsecretário Victor Rosa Travancas, que assina o parecer, afirma que a ausência do título de doutorado “compromete a sua aptidão (do presidente) para desempenhar as funções que exigem profundo conhecimento técnico e científico”. E disse também que “a falta dessa titulação pode ser interpretada como um indício de fragilidade na capacidade de conduzir projetos de pesquisa complexos, bem como de assegurar a integridade e a excelência nas iniciativas promovidas pelo Fundo”.

Anderson Moraes é homem de confiança da família Bolsonaro e foi indicado pelo PL para ser secretário. A pasta faz parte da cota do partido no governo Cláudio Castro.

Até esta quinta-feira, o cotado para assumir a Faperj era Alexandre Valle Cardoso. Mas pesou contra ele, além da ausência de um diploma de curso superior, a pressão da comunidade acadêmica e de instituições como a Firjan, que pediram nomes mais técnicos.

Cardoso, no entanto, não ficou sem cargo. Ele foi indicado para assumir a presidência da Faetec no lugar de Carolina Alves da Costa.

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