Justiça condena casal a mais de 20 anos de prisão por matar garota de programa em Curvelo; “incendiada ainda viva”, diz denúncia do Ministério Público


Acusados foram denunciados pelo MP de Minas Gerais pelo crime de homicídio triplamente qualificado por motivo torpe, recurso que impossibilitou a defesa da vítima e meio cruel – uso do fogo.
Casal foi julgado em Fórum de Curvelo
Catarina Gonzaga/Inter TV Grande Minas
A Justiça condenou um casal a mais de 20 anos de prisão, pelo assassinato de uma garota de programa em Curvelo. Os réus seguem presos preventivamente e não poderão recorrer em liberdade.
Os acusados foram denunciados pelo Ministério Público de Minas Gerais pelo crime de homicídio triplamente qualificado por motivo torpe, recurso que impossibilitou a defesa da vítima e meio cruel – uso do fogo.
Conforme a denúncia, “a vítima foi atraída sob o pretexto de realizar um programa sexual, sendo levada a um local ermo, onde foi atacada de surpresa, golpeada com barras de ferro e facas, atropelada, e posteriormente incendiada ainda viva, sofrendo extrema crueldade”.
O homem foi condenado a 24 anos e 6 meses de reclusão e a mulher recebeu a pena de 22 anos de prisão.
Entenda o caso
Conforme a Polícia Civil, o corpo da vítima foi encontrado às margens da BR-135, no dia 10 de setembro, por pessoas que passavam pela estrada rural que dá acesso ao Povoado de Saco Redondo, em Curvelo. O corpo estava com perfurações feitas com um objeto perfurocortante, além de sinais de tortura como cortes profundos, queimaduras e membros mutilados. A polícia disse que os próprios investigados gravaram o momento do crime.
Durante as investigações, a polícia apurou que a vítima era de São Paulo e tinha o costume de estabelecer moradia temporária em várias cidades, sendo que passou a morar em Curvelo no meio deste ano e teria se hospedado na pensão do pai da mulher suspeita.
“Posteriormente, ela se mudou para uma casa, de propriedade do dono da pensão, mas continuava frequentando o estabelecimento para realização de programas, alguns deles arranjados pela suspeita”, detalhou o delegado Bruno Pires Avelar, durante coletiva de imprensa.
Segundo o delegado, a equipe teve acesso a imagens, coletadas ao redor da casa da vítima, que mostram a suspeita em contato com a garota de programa na noite do dia 09, véspera do dia em que o corpo foi encontrado. Os vídeos registram o momento em que a vítima e a investigada entram em um carro, que é do namorado da suspeita. De acordo com Bruno Pires, as imagens contradizem o que a investigada tinha dito à polícia dias antes do crime.
Ainda durante a coletiva, o delegado informou que 10 dias após a localização do corpo, o namorado da suspeita foi preso em flagrante, no município de Felixlândia, por agressões contra ela. O carro usado pelo casal tinha sido apreendido e periciado. No interior do veículo, foram encontrados, entre outros itens, um bastão de madeira, um galão de gasolina e uma manta. Durante a perícia, a perícia detectou a presença de vestígios de sangue a partir da utilização de luminol.
Segundo o delegado, após a apreensão do carro, o casal foi intimado para depor, momento em que os dois negaram a participação no crime.
“Em diligências recentes, entretanto, a suspeita sobre os investigados chegou ao nível de certeza a partir da obtenção de vídeo no qual o homem é visto ao lado do corpo da vítima enquanto essa ainda estava viva e esguichando sangue na região torácica. Nas imagens, ele passa por cima do braço da vítima dirigindo seu veículo e depois ateia fogo sobre o corpo”.
A morte, de acordo com o delegado, está relacionada com vingança. “A motivação para o crime foi evidenciada pela crença dos suspeitos de que a vítima teria lhes feito um ‘trabalho’ ou ‘macumba’ que vinha gerando problemas na vida do casal, entre eles a morte de um cão de estimação e o aborto do feto que a investigada possivelmente gestava”.
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