Obra de Trudruá Dorrico é tema do “Boi Caprichoso” em Parintins 2025


Escritora indígena, Dorrico integra a programação do 4.º Flitabira O livro “Tempo de retomada”, da escritora indígena Trudruá Dorrico, vai servir de inspiração e tema da apresentação do “Boi Caprichoso”, no Festival de Parintins, no Pará, em 2025. O livro foi escolhido por ser um chamado urgente à preservação do planeta e à valorização das raízes culturais. Trudruá é convidada do Flitabira.
Arte tema do Boi Caprichoso para a competição de 2025
Arte de Adolfo Tapaiüna, Sateré, Ananda Cid e Denner Silva
Em busca do tetracampeonato no Festival de Parintins, o bumbá celeste parte de uma frase do livro da escritora Makuxi para ilustrar o que a escola prepara para o festival, que será realizado entre os dias 25 de junho e 2 de julho de 2025:
“Trata-se sempre de nós. De como reconstruímos relações fraternas e afetivas. De como somos mais fortes em rede. Retomada é um paradigma de poesia”.
Diante da força da palavra indígena, a retomada é um processo contínuo, que exige coragem, esperança e a capacidade de construir redes de solidariedade, como apresenta Trudruá em seu trabalho. A escolha do Boi Caprichoso, por ter como ponto de partida a obra “Tempo de retomada”, valoriza a cultura indígena, mas ainda vai além: reafirma seu compromisso com a defesa da Amazônia e dos povos tradicionais.
Capa da obra “Tempo de Retomada”
Divulgação/Editora Urutau
Alinhada a essa temática, pela primeira vez, na história do Festival de Parintins, um indígena assina a identidade visual de um bumbá. Adolfo Tapaiüna, 21 anos, estudante de Tecnologia em Design Digital na Universidade do Estado do Amazonas, trabalha com grafismos desde os 12 anos e aprendeu com a mãe a arte do artesanato.
Tempo de Retomada
Lançado em 2023 pela Editora Urutau, o livro de poesias de Trudruá Dorrico dá corpo ao que a escritora e tradutora Carola Saavedra nomeia “literatura de retomada” – uma literatura que, assim como a retomada do território ancestral, reivindica o direito à vida, direito social, cultural, espiritual, mas também poético.
Sobre a autora
Trudruá Dorrico pertence ao povo Makuxi. Doutora em Teoria da Literatura na PUCRS. É escritora, palestrante, pesquisadora. Administradora do perfil @leiamulheresindigenas no Instagram, que fomenta a leitura de obras de autoria de mulheres indígenas no Brasil e em Abya Yala. Curadora da I Mostra de Literatura Indígena no Museu do Índio (UFU). Autora da obra “Eu sou Macuxi e outras histórias” (Caos e Letras, 2019), “Tempo de retomada” (Urutau, 2023) e “Originárias: uma antologia feminina de literatura indígena” (Companhia das Letrinhas, 2023). Foi residente no Cité Internationale des Arts (Paris, 2023). Consultora de roteiro do episódio especial de Natal do Castelo Rá-Tim-Bum (TV Cultura, 2023). Atualmente está no pós-doutorado no Programa de Desenvolvimento da Pós-Graduação Emergentes e em Consolidação PDPG – Pós-Doutorado Estratégico/UFRR (2023/2024) e é pesquisadora convidada do Cologne International Forum Innovative Tandem Collaboration, na Alemanha, com pesquisa em arte e literatura indígena no ano de 2024.
A escritora indígena Trudruá Dorrico
Fernando Rabelo
A escritora indígena participa de três rodas de conversa no 4.º Flitabira. Sua primeira presença acontece juntamente a Morgana Kretzmann e Sérgio Abranches, um dos curadores do Festival literário, no dia 31 de outubro, às 20h, no Teatro da Fundação Cultural Carlos Drummond de Andrade. No sábado, dia 2 de novembro, Dorrico une-se à jornalista Flávia Oliveira, às 16h, no mesmo local. Integrando a programação infantojuvenil, a indígena é a convidada da escritora Alessandra Roscoe, que a chama para subir ao palco do Auditório da FCCDA no dia 31 de outubro, às 9h30. A atividade é voltada para crianças até 11 anos. Todas as atividades do 4.º Flitabira são gratuitas, graças ao patrocínio do Instituto Cultural Vale.
Sobre o Instituto Cultural Vale
O Instituto Cultural Vale acredita que a cultura transforma vidas. Por isso, patrocina e fomenta projetos em parcerias que promovem conexões entre pessoas, iniciativas e territórios. Seu compromisso é contribuir com uma cultura cada vez mais acessível e plural, ao mesmo tempo em que atua para o fortalecimento da economia criativa. Desde a sua criação, em 2020, o Instituto Cultural Vale já esteve ao lado de mais de 800 projetos em 24 estados e no Distrito Federal, contemplando as cinco regiões do País. Dentre eles, uma rede de espaços culturais próprios, patrocinados via Lei Federal de Incentivo à Cultura, com programação gratuita, identidade e vocação únicas: Memorial Minas Gerais Vale (MG), Museu Vale (ES), Centro Cultural Vale Maranhão (MA) e Casa da Cultura de Canaã dos Carajás (PA). Onde tem Cultura, a Vale está.
Sobre o Flitabira
A 4.ª edição do Festival Literário Internacional de Itabira – Flitabira – acontece entre os dias 30 de outubro e 3 de novembro de 2024, de quarta-feira a domingo, na Fundação Cultural Carlos Drummond de Andrade (Av. Carlos Drummond de Andrade, 666, Centro), com entrada gratuita.
Com o tema “Literatura, Amor e Ancestralidade”, o 4.º Flitabira tem o patrocínio do Instituto Cultural Vale, via Lei Rouanet do Ministério da Cultura, com o apoio da Prefeitura de Itabira.
Adicionar aos favoritos o Link permanente.