Helicóptero da ONU com 18 pessoas é atingido por tiros e faz pouso forçado no Haiti


Aeronave levava 15 passageiros e três tripulantes nesta quinta-feira (24). Aterrissagem aconteceu em segurança, em Porto Príncipe. Soldados em patrulhamento na capital do Haiti, Porto Príncipe
Odelyn Joseph/AP
Um helicóptero da Organização das Nações Unidas (ONU) foi atingido por tiros disparados por gangues e precisou fazer um pouso forçado nesta quinta-feira (24), em Porto Príncipe, capital do Haiti, informou a agência de notícias Associated Press (AP).
A aeronave transportava três membros da tripulação e 15 passageiros, segundo informações de uma fonte da ONU repassadas à AP. Ninguém ficou ferido apesar de vários disparos terem atingido o helicóptero.
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De acordo com a agência, o helicóptero que havia saído de Porto Príncipe pousou em segurança.
O ataque acontece cinco meses após a reabertura do principal aeroporto internacional do Haiti, que ficou fechado por quase três meses devido a ataques coordenados de gangues.
Onda de violência
A violência se espalhou para áreas próximas, incluindo Arcahaie, onde cerca de 50 suspeitos de serem membros de gangues morreram nesta semana após atacarem a cidade costeira localizada ao noroeste da capital, conforme a AP.
Entre os mortos estão pelo menos uma dúzia de homens armados que se afogaram após o barco em que estavam virar, segundo um funcionário do governo.
Enquanto a maioria foi morta pela polícia, um grupo de atiradores se afogou na quarta-feira (23) depois que o barco em que estavam bateu em um recife ao transportar munições para as gangues que atacavam Arcahaie, disse Wilner Réné, da Agência de Proteção Civil do Haiti.
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Ele contou à Radio Caraïbes que o ataque começou na segunda-feira (21), com os homens armados queimando casas e carros em Arcahaie. Quando as gangues ficaram sem munição, elas se esconderam em áreas próximas e foram localizadas por moradores e policiais.
O ataque ainda está em andamento, e Réné alertou que os oficiais no local precisam urgentemente de reforços de soldados e unidades especiais de polícia. O ataque é atribuído a uma coalizão de gangues chamada Viv Ansanm, que também tem como alvo comunidades em Porto Príncipe nos últimos dias.
10 mil desalojados
Esses ataques desalojaram mais de 10 mil pessoas na capital em apenas uma semana, de acordo com um relatório divulgado nesta quinta-feira pela Organização Internacional para Migrações da ONU.
Mais da metade dos desabrigados se aglomeraram em 14 abrigos improvisados, incluindo escolas. O restante está temporariamente hospedado com parentes.
O aumento da violência das gangues ocorre apenas alguns meses após uma missão apoiada pela ONU liderada pela polícia queniana, que começou com o objetivo de conter o aumento da violência dos grupos, que controlam mais de 80% de Porto Príncipe.
Mais de 700 mil pessoas foram deixadas sem-teto, e milhares foram mortas. O governo dos EUA e altos funcionários haitianos alertaram que a missão liderada pelo Quênia carece de pessoal e financiamento, e pediram que ela seja substituída por uma missão de paz da ONU.

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