Soldados norte-coreanos lutam na guerra da Ucrânia? Entenda o alerta de países

Coreia do Norte nega que militares estejam treinando na RússiaAFP

Os Estados Unidos, Ucrânia e Coreia do Sul dizem que tropas norte-coreanas foram enviadas para a Rússia para treinamento com o objetivo de serem transportadas para a Ucrânia. Acredita-se que o país está se preparando para um papel mais direto na guerra no Leste Europeu.

A Rússia e a Coreia do Norte negaram os relatos, enquanto a Coreia do Sul deu a entender que qualquer envio poderia fazê-la reavaliar o nível de apoio militar que dá à Ucrânia.

Nos últimos meses, os dois países aprofundaram sua parceria militar; a crescente aliança preocupa autoridades em Kiev e Washington.

Na quarta-feira (23), a Casa Branca disse que pelo menos 3 mil soldados norte-coreanos chegaram ao leste da Rússia este mês. A ação é vista como uma “probabilidade altamente preocupante” que eles se juntem à luta contra a Ucrânia, mesmo sem confirmações oficiais.

Alertas da Ucrânia e da Coreia do Sul

O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky alertou repetidamente que as tropas norte-coreanas estão se juntando à guerra da Rússia, dizendo em uma cúpula da Otan na semana passada que “10 mil soldados e pessoal técnico estavam sendo preparados”.

Durante discurso feito na terça-feira (22), Zelensky afirmou que a Ucrânia tinha informações sobre a Rússia “treinando duas unidades militares da Coreia do Norte” envolvendo “duas brigadas de 6 mil pessoas cada”.

O Serviço Nacional de Inteligência (NIS), agência de espionagem da Coreia do Sul, disse na sexta-feira (18) que a Coreia do Norte enviou 1.500 soldados, incluindo combatentes das forças especiais, para treinamento na Rússia; soldados norte-coreanos já foram filmados recebendo uniformes e equipamentos em um campo de treinamento no Extremo Oriente da Rússia.

Relação da Coreia do Norte com a Rússia

Rússia e Coreia do Norte estreitaram laços cada vez mais amigáveis ​​desde a invasão de Moscou. Em junho, as duas nações assinaram um histórico pacto de defesa e prometeram fornecer assistência militar imediata no caso da outra ser atacada.

Vários governos acusaram os norte-coreanos de fornecer armas a Moscou para sua guerra na Ucrânia, o que ambos os países negaram, apesar de evidências significativas de tais transferências.

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Enquanto isso, acredita-se que a Coreia do Norte recebeu alimentos e outras necessidades em troca. A nação também busca avançar seus programas espaciais, de mísseis e nucleares ilegais.

Quando perguntado diretamente por repórteres na segunda-feira (21) se Moscou estava enviando tropas norte-coreanas para lutar na Ucrânia, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse que a Coreia do Norte é um “vizinho próximo” e os dois estados estavam “desenvolvendo relações em todas as áreas”. Segundo ele, “essa cooperação não é direcionada a terceiros países”.

A Coreia do Norte chamou as alegações de “rumores infundados e estereotipados” durante uma reunião da Assembleia Geral da ONU na segunda-feira (21).

O impacto

A Coreia do Norte tem um dos maiores exércitos do mundo, com 1,2 milhão de soldados, mas muitas de suas tropas não têm experiência em combate. Analistas dizem que o regime norte-coreano teria muito a ganhar com o envio de tropas, incluindo dar às suas forças experiência no campo de batalha e treinamento técnico.

O acordo também pode ajudar o regime de Kim Jong-un a obter inteligência sobre o funcionamento de seu armamento na prática. “As tropas das forças especiais retornarão com experiência real no campo de batalha, experiência real de infiltração contra um oponente de combate alertado. Isso as torna mais perigosas”, disse Carl Schuster, ex-diretor de operações do Centro de Inteligência Conjunta do Comando do Pacífico dos EUA.

Os mobilizados seriam forças especiais de “elite” em vez de tropas convencionais, dizem analistas.

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