Policial militar acusado de matar jovem em boate é julgado em Montes Claros


De acordo com o Ministério Público, o acusado, de 30 anos, cometeu um homicídio triplamente qualificado por motivo fútil, emprego de recurso que dificultou a defesa da vítima e meio que resultou em perigo comum. Vidro da boate onde o disparo foi feito
Ralph Assé/Inter TV
O julgamento do policial militar acusado de matar um jovem, de 21 anos, em uma boate, em Montes Claros, é realizado nesta terça-feira (22). O crime aconteceu em dezembro de 2023.
De acordo com a denúncia do Ministério Público, o acusado, de 30 anos, cometeu um homicídio triplamente qualificado.
“Apurou-se que o denunciado praticou o crime de homicídio consumado, movido por motivo fútil, desproporcional em relação à vida retirada, consistente no propósito de represália, em razão da discussão prévia acerca do jaleco. Nesse mesmo espectro, verifica-se que o denunciado agiu de inopino, considerando que a vítima estava na boate com amigos, em momento de descontração, estava desarmada e não esperava ser atingida, mas apenas divertir-se, circunstância em que, no contexto narrado, configura emprego de recurso apto a dificultar a sua defesa. Por fim, ao efetuar disparo de arma de fogo contra a vítima em uma casa de shows, local em que havia diversas pessoas, o autor agiu com emprego de meio que resultou perigo comum, já que o tiro poderia ter vitimado qualquer outra pessoa ali presente.”
O MP solicitou que os familiares da vítima sejam indenizados com pagamento de, no mínimo, R$ 100 mil reais.
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Além desses crimes, o policial também responde por lesão corporal e ameaça contra outras duas pessoas.
O júri popular, composto por sete jurados, é realizado no Fórum Gonçalves Chaves, em Montes Claros.
Julgamento de policial acusado de matar jovem dentro de boate é realizado em Montes Claros
Relembre o caso
Consta no boletim de ocorrência que uma mulher reagiu ao ver que o policial estava agredindo outra mulher e acabou sendo golpeada por ele com o cano de uma arma. O namorado dela foi tirar satisfação e quase foi agredido com uma coronhada.
Ainda conforme o BO, o policial foi atrás do namorado da mulher tentando agredi-lo. Após acompanhar o autor e dar um soco em suas costas, a vítima foi atingida pelo tiro. Horas após o crime, o suspeito se apresentou na delegacia enquanto as diligências ainda estavam sendo feitas. A arma usada também foi entregue por ele.
O policial preso relata no BO que estava com uma amiga na boate e eles decidiram ir embora. Quando saíram, a mulher notou que havia esquecido um jaleco e ele retornou para pegá-lo. Ao chegar no lugar onde estavam, foi acusado de furtar a peça e uma discussão teve início. Depois de ser golpeado no rosto, ele atirou.
“Ele falou que teve um desentendimento com dois rapazes no interior da boate e que teria sido agredido por um deles, mas não especificou se foi essa vítima do disparo que o teria agredido”, disse o subtenente Marcelo de Oliveira no dia dos fatos.
O que disse a direção da boate
Por meio de nota, a direção do estabelecimento expressou consternação à vítima e seus familiares. Disse que preza pela segurança e bem-estar dos clientes e que há sete anos funciona respeitando as normas de segurança em vigor.
A nota diz também que a boate está colaborando com as investigações e fica à disposição da família da vítima para prestar o auxílio necessário.
“No caso ocorrido, o autor dos disparos se identificou como policial militar ao adentrar ao estabelecimento, situação em que a legislação permite transitar armado em qualquer local. Ressaltamos que, foram cumpridas todas as cautelas necessárias, sendo registrada sua entrada na condição de Policial Militar e colhidos os dados de sua arma de fogo. Todas as informações já foram repassadas para a Polícia Civil.”
Por fim, a direção diz que reafirma o compromisso com a transparência e a justiça e destaca que segue com o objetivo de levar “entretenimento e diversão para quem realmente sabe respeitar o próximo.”
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