IPCA: economista diz que “BC deverá reforçar compromisso com o regime de metas”

A inflação oficial do Brasil, medida pelo IPCA, registrou alta de 1,31% em fevereiro, a maior variação para o mês desde 2003. O avanço foi impulsionado principalmente pelos setores de educação (+4,70%), devido aos reajustes no início do ano letivo, e habitação (+4,44%), com destaque para a energia elétrica residencial, que subiu expressivos 16,80% após a reversão do Bônus de Itaipu.

O grupo alimentação e bebidas (+0,70%) também contribuiu para a alta, com aumentos expressivos nos preços do ovo de galinha (+15,39%) e do café moído (+10,77%). Já no setor de transportes (+0,61%), o aumento nos combustíveis (+2,89%) e o reajuste nas tarifas de ônibus urbanos em diversas capitais pressionaram ainda mais o índice.

No acumulado de 12 meses, a inflação chegou a 5,06%, superando os 4,56% do período anterior. O resultado reacende o alerta sobre os desafios no controle da inflação e pode influenciar as decisões futuras do Banco Central sobre a taxa Selic.

IPCA: Inflação segue no radar

O economista-chefe da Ativa Investimentos, Étore Sanchez, avaliou que o IPCA de fevereiro veio em linha com o esperado pelo mercado, mas acima das projeções internas da casa, que apontavam para uma alta de 1,22%. Ele destacou que “o desvio em relação à expectativa foi distribuído entre vários subitens, sem que nenhum tenha superado 2bps, mas com uma surpresa altista na média dos núcleos, que subiu 0,60% ante a projeção de 0,51%”. Para Sanchez, esse dado sinaliza um aquecimento inflacionário maior do que o previsto, o que pode influenciar a comunicação e postura do Banco Central nas próximas reuniões.

Para o Banco Central, Étore destaca que “o índice de hoje traz maior confiança para o board em executar uma nova elevação de 100bps, mas acende um alerta sobre o quão aberta deverá ser a comunicação para a próxima reunião“. Por isso, Sanchez acredita que a autoridade monetária deverá reforçar seu compromisso com o regime de metas de inflação e manter uma postura de juros restritivos por um período prolongado, garantindo que as expectativas permaneçam ancoradas.

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