Nego Di participa de audiência em processo de estelionato e lavagem de dinheiro no RS


Influenciador Dilson Alves da Silva Neto está preso desde julho em Canoas. Humorista é réu por participação em suposto esquema de produtos que não teriam sido entregues por loja virtual. O influenciador e humorista Dilson Alves da Silva Neto, conhecido como Nego Di
Arquivo Pessoal
O influenciador Dilson Alves da Silva Neto, conhecido como Nego Di, réu por estelionato e lavagem de dinheiro em suposto esquema de produtos que não teriam sido entregues por loja virtual, foi ouvido virtualmente durante audiência da Justiça do Rio Grande do Sul na sexta-feira (18). Segundo a Polícia Civil, o influencer divulgava e vendia produtos de uma loja virtual e não entregava as mercadorias (entenda abaixo).
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Nego Di está preso preventivamente desde 14 de julho na Penitenciária Estadual de Canoas (Pecan), na Região Metropolitana de Porto Alegre.
Segundo o Tribunal de Justiça do RS, o sócio de Nego Di, Anderson Boneti, também foi ouvido durante a sessão.
O g1 entrou em contato com a defesa de Nego Di, mas não obteve retorno até a atualização mais recente desta reportagem. O g1 não localizou a defesa de Boneti.
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A previsão era de que 44 pessoas comparecessem ao Fórum de Canoas entre quinta (17) e sexta-feira. De acordo com a Justiça, nem todas as pessoas depuseram. Contudo, “não há mais ninguém para ser ouvido”.
As partes envolvidas no processo solicitaram um prazo adicional de cinco dias para realizar apurações e apresentar novos documentos, caso necessário. A partir dessa etapa, o processo se encaminha para sentença. Não há prazo para a decisão da Justiça.
Relembre o caso
Nego Di é réu por crimes de estelionato qualificado pela fraude eletrônica (17 vezes). Segundo o Tribunal de Justiça, o influenciador e o sócio teriam lesado mais de 370 pessoas com vendas pelo site Tadizuera entre 18 de março e 26 de julho de 2022.
A apuração da Polícia Civil indica que a movimentação financeira em contas bancárias ligadas a Dilson na época, passa de R$ 5 milhões. Usuários relataram que compraram produtos como televisores, celulares e eletrodomésticos na página virtual, mas não teriam recebido os itens, nem a devolução dos valores.
A Polícia Civil afirma que Nego Di usaria a própria imagem para aumentar o alcance dos anúncios pela internet – com abrangência nacional, o que fez com que houvesse supostas vítimas até de fora do RS.
Em áudio antes da prisão, Nego Di citou ‘estornos estratégicos’
Quem é Nego Di
Nego Di no ‘BBB21’
Reprodução/Globo
Gaúcho de Porto Alegre, Dilson Alves da Silva Neto, mais conhecido como Nego Di, participou do Big Brother Brasil em 2021. Ele entrou como integrante do grupo Camarote, pois já trabalhava como influenciador digital e comediante. Após 22 dias de confinamento, Nego Di foi o terceiro eliminado do programa, com 98,76%.
Após o reality, ele começou a promover rifas em redes sociais, divulgando no regulamento que “quem comprar mais números” ganha o prêmio. A prática é investigada pelo Ministério Público (MP) e motivou a operação contra ele e sua companheira nesta sexta-feira (12).
Nego Di já sofreu sanções da Justiça do Rio Grande do Sul por divulgação de fake news em seus perfis nas redes sociais. Em decisão em maio este ano, o Tribunal de Justiça (TJ), ele teve que apagar publicações sobre as enchentes.
Na ocasião, Nego Di alegou que as autoridades estariam impedindo barcos e jet skis de propriedade privada de realizar salvamentos na região de Canoas, na Região Metropolitana de Porto Alegre, por falta de habilitação dos condutores. Além disso, ele também compartilhou imagens de cadáveres boiando que não eram da tragédia em questão, inclusive uma de uma inundação no Rio de Janeiro.
A Justiça determinou a exclusão imediata das publicações e proibiu Nego Di de reiterar as afirmações mentirosas, sob pena de multa no valor de R$ 100 mil.
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