Trump mira no voto feminino na reta final das eleições nos EUA

As eleições presidenciais dos Estados Unidos estão na reta final. Faltando 18 dias para o pleito, o candidato republicano, Donald Trump, está buscando reverter a desaprovação entre o eleitorado feminino. Trump é conhecido por suas falas pejorativas em relação às mulheres e viu seu apoio cair ainda mais com a reversão da política do aborto, realizada pelos ministro da Suprema Corte dos EUA nomeados por ele.

Uma pesquisa do New York Times/Siena de setembro mostrou que 54% das mulheres planejam votar em Kamala Harris. A margem de vantagem da democrata se torna ainda maior entre mulheres não brancas.

Os levantamentos estão mostrando que as mulheres jovens já são um eleitorado que se inclinou para o lado democrata. Segundo dados do AP VoteCast, 65% das eleitoras com menos de 30 anos votaram no democrata Joe Biden, em 2020. Essa tendência deve se repetir nestas eleições, em meio à polêmica da atual política do aborto nos EUA.

As mulheres brancas acima de 30 anos votam, historicamente, no Partido Republicano. Porém, até mesmo este cenário pode mudar. É o que explica o internacionalista Emanuel Assis.

“Eu acredito que as mulheres brancas vão votar majoritariamente no Trump. Só que a base de apoio, segundo as pesquisas mostram, está diminuindo, principalmente entre as mulheres brancas jovens. Isso deve-se ao apoio que Trump vem dando à suspensão da Roe vs Wade. A questão do aborto vai ser muito decisiva na diminuição do apoio entre as mulheres brancas ao Partido Republicano”, acredita o especialista.

Movimentos de Trump

Visando o público feminino, o ex-presidente dos EUA Donald Trump participou, nesta quarta-feira (16/10), de um evento em que a plateia foi composta exclusivamente por mulheres. Na ocasião, Trump se intitulou como o “pai da fertilização in vitro”.

“Quero falar sobre fertilização in vitro. Sou o pai da fertilização in vitro. Nós realmente somos o partido da fertilização in vitro. Queremos fertilização, e ela está em todo lugar, e os democratas tentaram nos atacar sobre isso”, afirmou Trump.

A fertilização in vitro é o tratamento de fertilidade responsável por cerca de 2% dos nascimentos nos EUA, e se tornou uma questão central na corrida presidencial, quando a Suprema Corte do Alabama decidiu que embriões congelados devem ser considerados crianças e que as pessoas podem ser responsabilizadas legalmente por “matá-las”. Pelo menos outros 12 estados agora têm legislação pendente, ameaçando a legalidade da fertilização in vitro.

Diante desse cenário em que os direito reprodutivos femininos ganharam destaque na corrida eleitoral, vale destacar que a Suprema Corte norte-americana, em 1973, concedeu às mulheres dos Estados Unidos o direito ao aborto até a 24ª semana de gravidez. No entanto, essa realidade mudou em 24 de junho de 2022, quando a Suprema Corte, de maioria conservadora após as nomeações do ex-presidente Donald Trump, revogou a decisão e devolveu aos 50 estados do país a decisão sobre a questão.

Após a mudança realizada no governo Trump, o direito à liberdade reprodutiva das mulheres virou um grande polo de conflito nos EUA. O Partido Democrata defende que a decisão de abortar deveria ser de cada mulher e, consequentemente, é responsabilidade do Estado federalizar a autorização. Já o Partido Republicano defende que a decisão de 2022 permaneça, ou seja, que seja responsabilidade de cada estado legislar sobre o tema.

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