Produção industrial esboça reação: alívio passageiro ou tendência

A produção industrial brasileira apresentou variação nula (0,0%) em janeiro de 2025 na comparação com dezembro de 2024, interrompendo uma sequência de três meses de quedas. No acumulado de 12 meses, o crescimento foi de 2,9%, enquanto no comparativo anual (janeiro 2025 x janeiro 2024), houve uma alta de 1,4%, marcando o oitavo resultado positivo consecutivo. Apesar disso, economistas alertam que a recuperação do setor segue limitada pelo impacto dos juros elevados sobre os segmentos mais dependentes de crédito.

Produção industrial um pouco melhor: alívio passageiro ou tendência

Segundo Maykon Douglas, economista, “a indústria veio um pouco melhor em janeiro, beneficiada pelo retorno das operações após as férias coletivas em setores como máquinas e equipamentos e veículos automotores. No entanto, o setor continua se desacelerando e com difusão menor, o que reforça esse cenário de atividade mais fraca, à medida que setores mais sensíveis ao crédito sentem o impacto dos juros reais mais altos.” concluiu o economista.

Máquinas e veículos puxam recuperação da produção industrial

A retomada da produção industrial em janeiro foi impulsionada por alguns segmentos-chave. Os maiores destaques positivos foram:

  • Máquinas e equipamentos: +6,9%
  • Veículos automotores, reboques e carrocerias: +3,0%
  • Artefatos de couro e calçados: +9,3%
  • Produtos farmoquímicos e farmacêuticos: +4,8%
  • Produtos diversos: +10,0%
  • Móveis: +6,8%

Enquanto alguns setores voltaram a crescer, outros registraram quedas significativas, como indústrias extrativas (-2,4%), coque, derivados de petróleo e biocombustíveis (-1,1%) e celulose, papel e produtos de papel (-3,2%). Esses segmentos foram impactados pela menor demanda global e custos de produção elevados.

Impacto dos juros reais elevados afeta setores mais sensíveis ao crédito

Embora alguns segmentos tenham se recuperado, o custo elevado do crédito segue pressionando setores que dependem de financiamentos, como o de bens intermediários, que caiu 1,4% no mês. A taxa de média móvel trimestral também manteve a tendência negativa, com variação de -0,3%, reforçando o ritmo mais fraco da atividade industrial.

Segundo economistas, os juros reais elevados dificultam a recuperação de setores que precisam de financiamentos para investimentos e produção. Além disso, a demanda interna segue moderada, o que reduz o potencial de crescimento do setor no curto prazo.

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