Feminicídio: número de casos no DF sobe após andamento de investigações da Polícia Civil


Dois casos — um em janeiro e outro neste mês — passaram a ser considerados feminicídio após início de investigações. Caso mais recente é o de Érica Maria de Jesus, de 27 anos; vítima estava grávida. Agentes da Polícia Civil em praça onde ocorreu feminicídio, no Paranoá, no DF
TV Globo/Reprodução
A Secretaria de Segurança Pública atualizou o número de casos de feminicídio no Distrito Federal registrados neste ano. Foram cinco: quatro em janeiro e um neste mês (veja detalhes abaixo).
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O caso mais recente é o de Érica Maria de Jesus, de 27 anos. Segundo a Polícia Civil, a mulher, que estava grávida, foi morta a tiros no Paranoá no último dia 5.
Inicialmente, o crime foi tratado como acerto de contas. No entanto, a linha de investigação mudou logo em seguida para feminicídio, já que o suspeito é um ex-cunhado da vítima.
O crime ocorreu em um praça, enquanto Érica estava com o atual namorado. À polícia, ele contou que estava abraçado com a vítima, no momento em que um homem se aproximou e atirou contra ela.
De acordo com o depoimento, foram feitos ao menos quatro disparos contra Érica, que morreu no local. O suspeito foi identificado como Guilherme Martins da Silva. Ele está foragido.
Outros casos
Milena Rodrigues da Silva, de 27 anos
Outro caso que teve a tipificação alterada pela Polícia Civil foi o de Milena Rodrigues da Silva. Ela desapareceu no final de janeiro e foi encontrada, duas semanas depois, na beira de um lago em Santa Maria.
Ela tinha sinais de facada, segundo a Polícia Civil. Inicialmente, o caso foi registrado como “desaparecimento de pessoa” e, em seguida, alterado para “feminicídio”. Até esta quarta-feira (28), ninguém foi preso.
Antônia Maria da Silva Carvalho, de 39 anos
No dia 17 de janeiro, Francisco Farias da Silva, de 46 anos, matou a esposa. Ela foi atingida com, pelo menos, dois golpes de faca na frente do filho do casal, uma criança de 3 anos. O crime aconteceu no Recanto das Emas.
Diana Faria Lima, de 37 anos
No dia 15 de janeiro, Diana foi encontrada morta no banheiro de casa, em Ceilândia. O companheiro dela, Kelsen Oliveira de Macedo, de 42 anos, foi preso após ser apontado como autor do feminicídio.
Tainara Kellen Mesquisa da Silva, de 26 anos
No dia 10 de janeiro, Tainara foi morta a tiros na rua pelo ex-companheiro. Ela estava trabalhando em um salão de beleza, no Gama, quando foi morta. Um dia depois do crime, Wesly Denny da Silva Melo, de 29 anos, foi preso por suspeita de ter matado a jovem. Os dois tiveram um relacionamento longo e haviam se separado pouco tempo antes do crime.
Como denunciar a violência contra as mulheres?
A Secretaria de Secretaria de Segurança Pública do DF (SSP) tem canais de atendimento que funcionam 24h. As denúncias e registros de ocorrências podem ser feitos pelos seguintes meios:
Telefone 197
Telefone 190
E-mail: [email protected]
Delegacia eletrônica
Whatsapp: (61) 98626-1197
O DF tem duas delegacias especializadas no atendimento à mulher (Deam), na Asa Sul e em Ceilândia, mas os casos podem ser denunciados em qualquer delegacia.
O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) também recebe denúncias e acompanha os inquéritos policiais, auxiliando no pedido de medida protetiva na Justiça.
Em casos de flagrante, qualquer pessoa pode pedir o socorro da polícia, seja testemunha ou vítima.
No Distrito Federal, ainda existe o Programa Violeta, que é focado no atendimento de crianças e mulheres vítimas de violência sexual e estupro. O acolhimento é feito por uma equipe multiprofissional, composta por assistente social, ginecologista, psiquiatra, psicólogos, técnica em enfermagem e técnicas administrativa.
O serviço é prestado no Hospital Materno Infantil de Brasília (HMIB), de segunda a sexta-feira, das 8h às 18h.
A Secretaria de Justiça e Cidadania também tem canais de denúncia de casos de violência contra a mulher. Há, por exemplo, o Centro Integrado 18 de Maio, que trata de ocorrências de exploração sexual de crianças.
O Conselho Tutelar também recebe denúncias de violação de direitos de crianças e adolescentes. Ainda há o Disque 100, que trata da violação de direitos humanos.
Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (DEAM)
Endereço: EQS 204/205, Asa Sul, Brasília
Telefones: (61) 3207-6195 e (61) 3207-6212
Delegacia de Atendimento Especial à Mulher (DEAM II)
Endereço: QNM 2, Conjunto G, Área Especial, Ceilândia Centro
Telefone: (61) 3207-7391
Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT)
Endereço: Eixo Monumental, Praça do Buriti, Lote 2, Sala 144, Sede do MPDFT
Telefones: (61) 3343-6086 e (61) 3343-9625
Prevenção Orientada à Violência Doméstica (Provid) da Polícia Militar
Contato: 3190-5291
Central de Atendimento à Mulher do Governo Federal
Contato: 180
Centro Integrado 18 de Maio
Endereço: SHCS EQS 307/308
Telefone: (61) 2244 – 1512 e (61) 98314 – 0636
Conselho Tutelar
Endereços: clique aqui e consulte
Telefone: 125
Disque 100
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