Como foram os ataques que colocaram a PM em alerta após “salve” do PCC

São Paulo — O comandante da Polícia Militar do estado, coronel Cássio Araújo de Freitas, colocou as tropas da corporação em alerta em resposta aos ataques sofridos por PMs na Baixada Santista. A suspeita é que eles tenham ligação com o Primeiro Comando da Capital (PCC).

Nessa segunda-feira (14/10), policiais militares foram alvo de tiros, disparados por pistoleiros, em duas ocorrências diferentes no Guarujá, litoral paulista. Ninguém se feriu ou foi preso.

Por volta das 9h, dois homens em uma moto se aproximaram de uma base da PM, localizada na Avenida Lydio Martins Correa. Na unidade estavam dois cabos, de 52 e 53 anos.

Ambos relataram em depoimento, obtido pelo Metrópoles, que os dois criminosos trafegavam sem capacete e atiraram cinco vezes contra a base em plena luz do dia.

Inicialmente foram dados três tiros. Os PMs, então, se abrigaram sob o balcão de atendimento ao público, momento em que foram feitos mais dois disparos. Os pistoleiros fugiram em seguida. A moto usada por eles foi localizada abandonada, nesta terça-feira (15/10), segundo uma fonte policial da região. O veículo será ainda submetido à perícia.

O caso é investigado pela Polícia Civil como tentativa de homicídio e dano, pelo fato de um dos vidros da porta que dá acesso à base ter sido perfurado pelos tiros (foto em destaque). Os disparos também perfuraram uma parede.

Outro ataque

No período da tarde, ainda na segunda-feira, policiais das Rondas com Motocicletas (Rocam) também foram alvo de tiros, dados quando os PMs patrulhavam pela Avenida Prefeito Raphael Vitiello.

Os disparos foram feitos, segundo registros oficiais, quando os policiais decidiram abordar quatro homens que estariam em atitude suspeita. Ninguém se feriu ou foi preso.

A Secretaria da Segurança Pública (SSP) afirmou ao Metrópoles, nesta terça-feira, que a PM reforçou o policiamento na região onde ocorreu o atentado à base, “para a identificação e captura dos autores”.

Policiais em alerta

“Imediatamente tomou dimensão suspeitas de se tratar de mobilização orquestrada por OrCrim [organização criminosa] e com potencial para se expandir para outras áreas, notadamente a região metropolitana da capital”, afirma o coronel Cássio de Araújo em mensagem enviada a colegas em grupo de WhatsApp.

“Peço que convoquem e reúnam, presencialmente ou via remota, seus Cmts [comandantes] de OPMs [Organizações Policiais Militares] e SubUnidades para estabelecer as ações aplicáveis em suas respectivas áreas”. Segundo ele, não há até o momento informações de inteligência que confirmem a hipótese.

Diante do cenário, policiais militares de todo o estado estão de “sobreaviso nível 2”. Com isso, eles podem tirar folga, mas precisam estar preparados para assumir seus postos de trabalho a qualquer momento.

Comandantes de batalhões de elite da Polícia Militar ouvidos pela reportagem afirmam que a medida é por hora preventiva. “É mais prevenção do que algo concreto”, afirma Valmor Racorti, comandante do Policiamento de Choque.

“As tropas do Choque já estão lá. Isso faz parte da rotina. Existe um decreto antigo que estabelece que nós temos que enviar equipes especiais constantemente. Mas por enquanto não houve um envio de novas tropas”, acrescentou.

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