Caju comido por meninos estava envenenado com chumbinho, diz Perícia; um morreu e outro segue internado


O chumbinho é uma substância proibida no Brasil por ser usada de forma irregular como raticida. As vítimas foram dois irmãos: João Miguel da Silva, de 7 anos, que morreu no dia 12 de setembro, e Ulisses Gabriel da Silva, de 8 anos, que continua internado. João Miguel da Silva, de 7 anos, morreu vítima de envenenamento
Reprodução
Uma perícia feita pelo Laboratório de toxicologia forense do Instituto Médico Legal (IML) foi concluída nesta terça-feira (15) e comprovou que os cajus que foram comidos por dois meninos em Parnaíba estavam envenenados com chumbinho. As vítimas foram dois irmãos: João Miguel da Silva, de 7 anos, que morreu no dia 28 de agosto, e Ulisses Gabriel da Silva, de 8 anos, que continua internado.
O chumbinho é uma substância proibida no Brasil por ser usada de forma irregular como raticida. Trata-se de uma farinha granulada de cor escura, e por isso apelidado de “chumbinho” apesar de não conter o metal chumbo na sua composição.
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Segundo a Polícia Civil, os dois meninos receberam um saco de cajus que teria sido oferecido pela vizinha, suspeita de envenenar as crianças. Os dois irmãos foram socorridos, no dia 23 de agosto, em estado grave com sintomas de envenenamento na cidade de Parnaíba.
João Miguel morreu em 28 de agosto, após cinco dias internado. Ulisses foi transferido em 12 de setembro para o HUT, onde continua internado.
A suspeita do crime é Lucélia Maria da Conceição Silva, de 52 anos. Ela foi presa em flagrante, negou as acusações e teve a prisão preventiva decretada pela Justiça dias depois.
Reportagem em atualização.
Sobrevivente tem sequelas
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Ulisses Gabriel da Silva, de 8 anos, garoto que comeu cajus envenenados, apresenta uma pequena melhora, mas desenvolveu uma sequela no cérebro, conforme a mãe Francisca Maria da Silva. Ele está na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital de Urgência de Teresina (HUT) desde 12 de setembro. O irmão dele, João Miguel da Silva, de 7 anos, morreu devido ao envenenamento.
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Ao g1, Francisca contou que a sequela deixou a coluna do menino rígida e limitou a movimentação de Ulisses. Apesar disso, ele está consciente e reage aos familiares com os olhos, ainda sem falar. Segundo a mãe, a equipe médica não deu previsão de alta, que está condicionada à melhora da mobilidade do garoto. Procurado, o HUT informou apenas que o paciente continua na UTI.
O menino chegou a receber alta em 6 de setembro e tinha sido encaminhado para a clínica pediátrica, mas precisou retornar para os cuidados intensivos.
Os dois irmãos, de 7 e 8 anos, foram socorridos, no dia 23 de agosto, em estado grave com sintomas de envenenamento na cidade de Parnaíba, litoral do Piauí. A suspeita, vizinha das vítimas, foi presa horas depois. João Miguel morreu em 28 de agosto, após cinco dias internado.
O caso continua sob investigação da Polícia Civil.
Crianças receberam saco de cajus
Ulisses e João Miguel moravam com a mãe em uma residência no residencial Dom Rufino, na periferia de Parnaíba, litoral do Piauí. A mãe dos irmãos relatou que, na sexta-feira (23), o filho mais velho chegou à casa da família com um saco de cajus, que teria sido oferecido pela vizinha Lucélia Maria, suspeita de envenenar as crianças.
“Ele foi comer os cajus com o irmão e os dois saíram para brincar. Quando o mais novo voltou, disse que estava tonto, se sentindo mole e me pediu para segurá-lo. Eu o segurei e ele estava roxo, com a língua preta, babando e vomitando o caju”, lembrou Francisca.
O filho caçula foi levado ao hospital e, pouco depois, o irmão mais velho também deu entrada com os mesmos sintomas, levado pelo tio das crianças. Francisca disse ainda que não tem qualquer relação com a vizinha suspeita do crime.
Os irmãos foram entubados no Hospital Nossa Senhora de Fátima, anexo do Hospital Estadual Dirceu Arcoverde (Heda), em Parnaíba. O transporte das crianças à capital foi feito por uma aeronave do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).
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Tiago Mendes/TV Clube
Lucélia Maria foi presa no dia do crime. Conforme a polícia, ela já tinha histórico de brigas com a vizinhança e episódios de envenenamento de animais no entorno da residência. A casa dela foi queimada por vizinhos.
Na decisão que converteu a prisão em flagrante da suspeita em preventiva, o juiz Marcos Antonio Moura Mendes apontou que a materialidade do crime foi demonstrada e existem indícios de autoria, tais como:
Veneno encontrado na residência da indiciada;
Existência de cajueiro em frutificação no quintal da residência dela;
Histórico de agressões a crianças, conforme relatos de vizinhos.
Os policiais encontraram, debaixo de uma cômoda na casa de Lucélia, invólucros de uma substância que seria estricnina, conhecida popularmente como “chumbinho”. A substância pode provocar desordem convulsiva, contrações musculares e falência respiratória.
O material, contudo, continua em análise pela perícia da Polícia Civil. Também está sendo analisando o material encontrado no estômago das crianças.
A mulher alegou que utilizava a substância para matar ratos. O material e uma sacola com cajus foram apreendidos e levados para perícia no Instituto de Criminalística. A suspeita está presa na Penitenciária Mista de Parnaíba.
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