Outubro Rosa: entidade estende apoio a homens que enfrentam câncer de mama com as companheiras

De acordo com a SBM (Sociedade Brasileira de Mastologia), 70% das mulheres diagnosticadas com câncer de mama lidam com o abandono do parceiro durante o tratamento, segundo dados de 2023.

A Unaccam (União e Apoio no Combate ao Câncer de Mama) está levantando uma questão sobre a realidade enfrentada por muitos casais durante o tratamento da doença e propondo soluções.

A maioria das mulheres ouvidas pelo Ipec também demonstra desconhecer as recomendações médicas para a realização da mamografia – Foto: Pexels / ND

A entidade destaca o número significativo de parceiros que abandonam as mulheres nessa fase difícil, mas há também exemplos positivos de casais que superam juntos os desafios impostos pela doença, mantendo seus relacionamentos estáveis.

“Pelas histórias que ouvimos, o índice de abandono é alto, e sabemos que homens de diversas gerações têm condições de enfrentar a doença ao lado de suas companheiras. São bons exemplos que podem servir de conforto para aqueles que não sabem lidar com a dor e com o diagnóstico”, explica Clarisia Ramos, presidente da Unaccam e gestora em saúde.

Casais que superaram juntos o câncer de mama

Roberto Cunha Fiamenghi, 42 anos, profissional da área de marketing esportivo, relata que o diagnóstico da esposa, Pâmela, também foi uma experiência real para ele: “Vivemos os mesmos dilemas e passamos por experiências semelhantes, mas com sentimentos diferentes”, disse ele.

José Luiz Neto, 63 anos, cofundador do Instituto Neo Mama, ressalta a importância do papel do homem durante o enfrentamento da doença: “Tradicionalmente, o homem é visto como provedor e protetor do lar. Não fomos educados para cuidar, mas o câncer de mama exige que o casal enfrente essa adversidade junto, com coragem e parceria”, destaca.

Caio Gomes, 33 anos, especialista em TI, conta que ele e sua esposa receberam o diagnóstico após apenas seis meses de casamento. O casal temia desistir de seus sonhos, mas hoje vive uma vida normal: “Saímos, frequentamos restaurantes com amigos e, sim, temos uma vida sexual ativa e prazerosa”, afirma Caio.

Iniciativas da Unaccam no Outubro Rosa

Com a chegada do Outubro Rosa, a Unaccam reforça as ferramentas gratuitas oferecidas para apoiar as mulheres no combate ao câncer de mama, começando pelo diagnóstico precoce.

Itajaí amplia faixa etária para rasteio do câncer de mama – Foto: Divulgação/ SECOM Itajaí

A instituição proporciona exames de mamografia gratuitas (para sair da fila dos exames do SUS, que pode demorar bastante), oferece terapia de casal online, sessões de Reiki, corridas e caminhadas pela saúde, além de distribuir kits com perucas, maquiagem e lenços de cabelo. Essas iniciativas visam fortalecer o bem-estar mental, emocional e físico das pacientes.

Terapia conjugal e suporte emocional para a família

O câncer de mama afeta não apenas a pessoa diagnosticada, mas também seus cônjuges e familiares. Por lei, todo paciente tem direito ao tratamento psicoterápico pelo SUS ou planos de saúde. No entanto, as famílias, muitas vezes, não recebem o suporte necessário.

A Unaccam oferece terapia conjugal gratuita, quinzenal e online, com um total de 12 sessões, para casais e familiares, de todo o Brasil. O objetivo é proporcionar um espaço de diálogo para compartilhar expectativas, medos e angústias, e buscar soluções criativas para lidar com os desafios impostos pela doença. Para inscrições, clique aqui.

Diagnóstico precoce: mamografia pelo SUS facilitada pela Unaccam

Pacientes que aguardam na fila do SUS para realizar mamografia, ultrassom ou biópsia de mama podem contar com o suporte da Unaccam para agilizar o processo. O diagnóstico precoce aumenta significativamente as chances de cura do câncer de mama, especialmente quando o tumor é detectado em estágio inicial, com até 1 centímetro, onde as taxas de cura chegam a 95%. Para se inscrever, clique aqui.

Curso de Comunicação para voluntários e cuidadores

A Unaccam também oferece um curso de comunicação destinado a voluntários, pacientes, cuidadores e profissionais de saúde, com o objetivo de capacitar esses públicos para uma comunicação eficaz com pacientes de câncer de mama. O curso aborda temas como comunicação em saúde, linguagem verbal e não-verbal, comunicação não-violenta, além de comunicação digital e como transmitir boas e más notícias.

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