Dia do consumo consciente: recicladores e especialistas destacam importância da separação do lixo para reciclagem

De 17 mil toneladas recolhidas por mês, apenas dois por cento chegam a cooperativas de reciclagem. Trabalhadores separam resíduos em cooperativa para reciclagem em Irajá, Zona Norte do Rio.
A separação do lixo, entre resíduos recicláveis e orgânicos é uma das etapas do consumo consciente, data celebrada nesta terça-feira (15). Especialistas ouvidos pelo RJ1 fazem um alerta à população para a importância da reciclagem no dia a dia.
A administradora de empresas Carla Assad conta que a rotina de consumo consciente pode começar dentro de casa. Ela indica que o lixo do banheiro deve ser separado entre plástico e papelão.
“Papel toalha, que fez uma higiene de maquiagem; qualquer embalagem de cosméticos, de sabonete, põe tudo no reciclável, [assim como] pasta de dente, tampa da pasta de dente, embalagem da pasta de dente, embalagem da medicação”, orienta a especialista.
Guilherme Almeida, representante de uma empresa que faz gestão de resíduos, enxerga que a mistura de resíduos é um desafio para a reciclagem. “O grande problema que a gente tem hoje no mundo em geral é que as pessoas que fazem a geração desse resíduo, elas misturam e destinam direto para o aterro”, disse o especialista.
Das 17 mil toneladas de lixo recolhidas por mês, apenas 2% chegam a cooperativas de reciclagem.
Em uma das cooperativas que fazem o tratamento dos resíduos, localizada em Irajá, Zona Norte do Rio, chegam pelo menos 15 toneladas de recicláveis todos os dias em caminhões de empresas particulares e da Comlurb.
A maioria é plástico, como as garrafas pet. Os resíduos que chegam à cooperativa também vêm misturados com lixo orgânico, o que dificulta o trabalho dos recicladores. Depois de separar os materiais, 40 pessoas da cooperativa transformam o que poderia poluir o meio ambiente em fonte de renda.
“Eu me sinto uma pessoa importante por colaborar para limpar tudo, apesar de muitas pessoas não darem valor pro nosso trabalho,” contou a recicladora Tatiana Ferreira Nunes.
Tatiana ainda reletiu sobre a falta de conscientização da população: “Tem muitas pessoas que não tem consciência disso: muitas vezes vem saco de comida, muita coisa misturada, é difícil as pessoas fazerem a separação do material orgânico”, disse a recicladora.
Os resíduos que não são aproveitados são entregues à Comlurb que faz a destinação apropriada.
Sobre os desafios e as perspectivas para um consumo consciente, Guilherme falou sobre a expectativa para o futuro.
“A nova geração está vindo com uma cabeça muito melhor, uma educação ambiental que a gente não teve. Acho que é importante a gente ter na cabeça que a gente precisa jogar as coisas fora, mas não existe fora. A gente só tem um planeta e a gente precisa cuidar dele”, contou Almeida.
Dia 15 de outubro é comemorado o Dia do Consumo Consciente. A data é celebrada desde 2009 e foi instituída no Brasil pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA).
Adicionar aos favoritos o Link permanente.