Cunhado morto por agricultor durante briga por herança tentou fugir e bateu caminhonete contra árvore antes de ser baleado, diz delegado


Agricultor confessou ter matado cunhado por não achar justo que a vítima tivesse direito a parte da herança, segundo o delegado. Vítima já teria agredido pai do suspeito, dono da herança, conforme apurou a polícia. Juliano Peterson Souza Durigon (à esquerda), a vítima, e Vanderley Sousa Cruvinel (à direita), o supeito – Goiás
Divulgação / Polícia Civil
Juliano Peterson Souza Durigon, de 46 anos, tentou fugir após ser ameaçado com uma arma por seu cunhado, o agricultor Vanderley Sousa Cruvinel, segundo o delegado Adelson Candeo. Ao g1, o delegado informou que Vanderley confessou ter matado o cunhado em Rio Verde, no sudoeste goiano, por não considerar justo que a vítima tivesse direito a parte de uma herança.
“Juliano correu, entrou no carro, mas, ao manobrar a caminhonete, bateu em uma árvore, travando a porta do motorista. Ele saiu pela porta do passageiro e correu. Enquanto isso, o autor disparava tiros em direção ao carro da vítima”, explicou o delegado.
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A defesa do suspeito, Vanderley Sousa Cruvinel, informou ao g1 que ele está preso e colaborando com as autoridades. O advogado Jefferson Silva Borges também afirmou que o acusado “se colocou à disposição da Justiça, contribuindo com as investigações” (confira a nota completa ao final do texto).
Ao sair do carro e correr, Juliano foi atingido por um tiro no tórax, do lado esquerdo, que atravessou e saiu na altura do ombro direito. Em seguida, ele caiu e morreu, segundo o delegado. Adelson também explicou que a vítima já havia agredido o pai de Vanderley, que era o proprietário dos bens deixados para os herdeiros.
“A divisão aproximada seria de uns 10 alqueires para cada herdeiro. Isso representaria, mais ou menos, 4 milhões ou 4,5 milhões para cada”, disse o delegado.
“A vítima, segundo as informações, causava muitas confusões com a família da esposa, de onde viria a herança. Ele já teria agredido tanto o irmão de Vanderley quanto o pai de Vanderley”, completou.
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O crime aconteceu na terça-feira (8). Vanderley foi localizado no dia seguinte, quarta-feira (9), às margens da GO-050, em uma área de mata próxima à fazenda onde mora, em Rio Verde. O delegado afirmou que o suspeito e a vítima moravam em fazendas vizinhas, separadas por uma cerca.
Esposa da vítima
A esposa da vítima, irmã do acusado, testemunhou o ocorrido. Segundo o delegado, ela relatou que “percebeu o irmão indo em direção ao marido com uma arma e dizendo: ‘Vou te ensinar a bater na cara de homem’”.
O delegado informou que o número de tiros que atingiram a vítima e o veículo só será confirmado após a conclusão da perícia.
Herança e brigas
Segundo o delegado, a herança deixada pelo pai do acusado e sogro da vítima é uma propriedade rural. Os dois discutiam sobre o valor que cada um teria direito, pois tinham negócios mal resolvidos.
Ainda de acordo com o delegado, a discussão entre os dois se intensificou após Vanderley emprestar um cheque a Juliano, e o acusado alega não ter recebido o valor de volta. Não há informações sobre o montante do empréstimo.
Além disso, Vanderley afirma, segundo o delegado, que Juliano não gostava do sogro e falava mal dele. Por isso, o acusado via como um problema a divisão da herança e acreditava que Juliano queria se beneficiar desse valor.
“As discussões determinantes foram por conta da divisão da herança, do cheque e porque a vítima falava sempre mal da família do autor, mas ainda assim queria a herança do pai do autor, de quem tanto falava mal. Isso gerou o grande conflito”, disse o delegado.
Vanderley foi localizado pelo Grupo de Investigação de Homicídios, com o apoio da Delegacia de Narcóticos da Polícia Civil de Rio Verde. Segundo o delegado, a arma utilizada no crime era legalizada e registrada, e foi apreendida.
Nota da defesa na íntegra.
“A defesa de Vanderlei informa que ele foi detido pela Polícia Civil e está colaborando plenamente com as autoridades competentes. Desde o início, Vanderlei se colocou à disposição da Justiça, contribuindo com as investigações. Aguardamos a tramitação regular do inquérito, confiantes de que a verdade será devidamente apurada.”
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