Durante oficina, jovens debatem proteção territorial e contexto climático na região do Tapajós


Ao longo da formação os jovens realizam um balanço de lutas e conquistas dos territórios tradicionais e do papel da gestão pública dos territórios. Oficinas tem objetivo de mapear as vozes da juventude e promover discussões sobre as dificuldades de cada território
Cristian Arapiun
Jovens atuantes nos movimentos sociais participaram de um curso sobre proteção territorial e clima, semana passada, na região do Tapajós, em Santarém, oeste do Pará. A iniciativa é uma união de organizações, como a Cooperativa Turiarte, Coletivo Jovem Tapajônico, Projeto Saúde e Alegria (PSA), e da Coalizão Vozes do Tapajós (VAC), por meio de parceria com Fundação Konrad Adenauer (KAS), Fundação Toyota do Brasil e Instituto Clima e Sociedade (ICS).
O objetivo desse diálogo foi promover o debate com jovens moradores de comunidades ribeirinhas sobre a defesa dos seus territórios. E convidar as organizações locais e governamentais para discutir a importância do território e da luta pela conservação. Essas discussões e o acesso às diferentes realidades colaboram para a formação de jovens sobre mapeamento comunitário e instrumentos digitais que podem ser utilizados nesse trabalho.
Durante o encontro, os jovens debateram sobre o contexto climático, como a seca, as dificuldades trazidas por ela e as soluções possíveis para diminuir os impactos da mesma, além de espaços de incidência sobre políticas para o clima.
A organização do evento entende que o debate fortalece a participação da juventude em questões importantes para a proteção territorial e as discussões em torno das mudanças climáticas.
Durante a oficina, os jovens receberam ainda informações sobre a atuação dos órgãos federais, como o Ibama e o ICMBio. Além disso, entenderam também qual o impactos da participação dos grupos existentes que atuam dentro dos territórios, como o Coletivo Jovem Tapajônico e Guardiões do Bem Viver, MAM, Movimento tapajós vivo, AMTR, TI Maró, TI kumaruara, FOQS, CITA, Suraras, CITUPI, STTR, Sapopema, Daje, que fazem parte do VAC Tapajós.
Durante a oficina, jovens apresentaram sugestões para o enfrentamento à crise climática
Cristian Arapiun
Lúcio Kumaruara, jovem liderança da Aldeia e Comunidade Suruacá, Território Kumaruara, foi um dos participantes da oficina. Ele disse que sempre busca estar dentro desses movimentos para ficar por dentro dos assuntos que estão sendo debatidos dentro do território, principalmente quando o assunto é a crise climática, queimadas e estiagem.
“Eu acho muito bacana esse tipo de debate, porque isso me traz mais conhecimentos, e isso é uma coisa que eu gosto de estar participando desses movimentos, participando desses debates, debatendo sobre os assuntos mais importantes do nosso território, estando na luta junto com as outras juventudes”, ressaltou Lúcio Kumaruara.
Lideranças jovens compartilharam suas ideias durante a oficina
Cristian Arapiun
Construção de um futuro melhor
Ao longo da formação os jovens realizam um balanço de lutas e conquistas dos territórios tradicionais, o papel da gestão pública dos territórios, a relação entre crise climática e juventude, sonhos e soluções para o que se vive nessa região, cidadania ativa e crise climática, mapeiam os problemas e as soluções, e finalizam construindo um novo futuro. Os jovens debateram também a participação desses territórios, por meio da juventude, na COP-30 e como estão os andamentos de políticas públicas ainda em construção.
Dinâmica com os jovens participantes da oficina sobre crise climática
Cristian Arapiun
O coordenador Coletivo Jovem Tapajônico, Walter Kumaruara, disse que a ideia não é criar coisas, novas, mas dar protagonismo aos jovens.
“A gente não tá criando coisas novas. A ideia é o que também eles já fazem, que a gente pode fortalecer, já está fazendo alguma coisa pra colaborar, e como é que a gente busca incentivar cada vez mais, como é que a gente entende como é que isso funciona dentro de cada comunidade, dentro de cada aldeia, para que a gente possa estar ajudando, porque às vezes essa juventude já está fazendo algo, mas não está tendo reconhecimento, não está tendo apoio das suas próprias lideranças, dos seus próprios presidentes de comunidade”, pontuou Walter Kumaruara.
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