Dia dos Professores: crise financeira desperta sonho e sala de aula vira caminho do recomeço


Apesar de ter feito magistério aos 17 anos, Dora Corrêa só encarou a docência depois de ser mãe de dois filhos e ver a empresa do marido falir. Há 26 anos na profissão, se diz realizada com a escolha. Dora de Fátima Corrêa Ricardo, de 58 anos, em sala de aula com alunos da 5ª série do ensino fundamental em Campinas (SP)
Arquivo pessoal
Há 26 anos, Dora de Fátima Corrêa Ricardo é responsável por ajudar dezenas de olhares curiosos a encontrar respostas e mostrar novos caminhos no campo do conhecimento. Professora do ensino fundamental em Campinas (SP), ela diz se sentir realizada com a escolha, mas apesar de ser um sonho, nem sempre a sala de aula esteve em sua vida.
Apesar de ter feito o magistério quando tinha 17 anos, Dora, hoje com 58 anos, só encarou a sala de aula como docente após passar dificuldades financeiras com a falência da empresa do marido. E sua história é destaque neste 15 de outubro, em que é celebrado o Dia dos Professores.
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Mãe de dois filhos e desempregada, Dora conta que viu na docência a chance de retornar ao mercado de trabalho. O sonho adormecido acordou em 1998.
Ela lembra que começou a fazer estágios não remunerados na área. Mas também investiu na própria formação. Em 2004, cursou pedagogia e concluiu o curso depois dos 40.
“Eu tive filhos, não consegui voltar pra área da administração e estava passando por um momento financeiro difícil depois que a empresa de atacados de brinquedos do meu marido faliu. Foi nesse momento que pensei em usar meu magistério que estava engavetado há anos”, conta.
Dora de Fátima Corrêa Ricardo, de 58 anos, em sala de aula com alunos da 5ª série do ensino fundamental em Campinas (SP)
Arquivp pessoal
A docente lembra que durante a faculdade passou por problemas financeiros e realizava trabalhos sociais que aconteciam na universidade em troca das mensalidades do curso.
No entanto, nada disso fez com que Dora desistisse do sonho de lecionar.
“Eu passei por inúmeras dificuldades, tanto na época em que eu fazia magistério, que eu não tinha dinheiro nem pra passagem de ônibus pra ir estudar, quanto durante o curso de pedagogia, porque eu já tinha filhos que precisavam da minha atenção, e também estava com problemas financeiros, mas eu nunca pensei em desistir e procurava pensar que eu era capaz de enfrentar as dificuldades”, relata.
A crise financeira acabou acordando um sonho adormecido de Dora, que dando aulas descobriu a paixão e os desafios de ser professor. Para ela, ser professora é “muito mais do que somente ensinar, é acolher e escutar, o trabalho vai além da sala de aula”.
Atualmente, Dora dá aulas para a 5ª série do ensino fundamental em uma escola particular no distrito de Barão Geraldo, em Campinas, e diz que todo o esforço e espera para se tornar professora valeu a pena.
Segundo Dora, acompanhar o crescimento e evolução do aprendizado de cada aluno, e poder ensinar e compartilhar conhecimento, “não tem preço” e “é isso que motiva a professora a seguir com a profissão”.
*Sob supervisão de Fernando Evans
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