Saiba quais medicamentos podem causar disfunção erétil

A disfunção erétil é a dificuldade em iniciar ou manter uma ereção suficiente para completar a relação sexual. Além de condições de saúde como diabetes e hipertensão, o uso de alguns medicamentos pode estar associado ao problema, afetando o desempenho sexual e exigindo ajustes no tratamento.

A dificuldade de manter uma ereção pode ter diferentes causas, como explica o urologista Alex Meller, professor da Escola Paulista de Medicina (Unifesp) e membro do corpo clínico do Hospital Vila Nova Star, em São Paulo. “Basicamente, ou o paciente tem um problema de irrigação sanguínea, algo que obstrua a passagem do sangue para o pênis, ou há um problema neurológico que impede o estímulo da ereção, mesmo com os vasos preservados”, afirma.

Alex acrescenta que o fator emocional, relacionado à qualidade de vida e às questões psicológicas, é responsável por quase metade dos casos.

O urologista Danilo Galante, que atua em São Paulo, complementa que, além de problemas vasculares e neurológicos, há causas hormonais, como a baixa de testosterona, e fatores relacionados ao sono ou a problemas nos relacionamentos.

“Ansiedade, depressão e estresse são causas comuns de disfunção erétil, e essas questões podem tanto reduzir o desejo sexual quanto afetar a capacidade de manter uma ereção”, aponta o médico.

homem na ponta da cama com mão na cabeça e mulher na cama de braços cruzados
Fator emocional, relacionado à qualidade de vida e questões psicológicas, é responsável por quase metade dos casos de disfunção erétil

Medicamentos que podem causar disfunção erétil

Além das causas já mencionadas, ambos os especialistas concordam que o uso de certos remédios, especialmente os psiquiátricos, pode provocar a disfunção erétil. “Todos os medicamentos psiquiátricos, como antidepressivos e ansiolíticos, têm potencial para reduzir tanto a libido quanto atrapalhar a ereção”, alerta Danilo.

O professor Alex Meller concorda e acrescenta que alguns remédios para controle da pressão alta, como os beta-bloqueadores, também podem afetar o desempenho sexual.

“Os beta-bloqueadores diminuem o batimento cardíaco e a pressão arterial, o que pode contribuir para a disfunção erétil. Já os antidepressivos mexem no mecanismo cerebral de desejo, diminuindo a libido e, consequentemente, a qualidade da ereção”, esclarece.

O urologista Rodrigo Trivilato, que atende em Brasília, aponta que os anti-histamínicos também podem influenciar a função sexual. “Os anti-histamínicos podem alterar a função sexual, mas apenas quando usados em doses altas e por longos períodos. Por isso, é raro que causem disfunção erétil, já que geralmente são usados por períodos curtos”, explica.

Ele ainda destaca os riscos relacionados ao uso prolongado de anti-inflamatórios, como os corticoides, especialmente por pessoas com doenças autoimunes.

“Esses medicamentos, quando usados por longos períodos, podem suprimir ou alterar a produção de hormônios, inclusive a testosterona, que está diretamente ligada à libido e ao desempenho sexual masculino”, acrescenta Rodrigo.

Para minimizar os efeitos colaterais desses medicamentos sem comprometer o tratamento do paciente hipertenso, Alex Meller explica que ajustes podem ser feitos em conjunto com o médico.

“Em muitos casos, utilizamos remédios que melhoram a ereção, como vasodilatadores, ao mesmo tempo que mantemos os medicamentos essenciais, como os anti-hipertensivos. É possível melhorar o fluxo sanguíneo e a ereção com o uso de medicamentos como a sildenafil, o conhecido viagra, e outros similares”, orienta o especialista.

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