Vacina contra dengue no SUS: governo define municípios que vão receber a vacina


Vão receber a vacina pessoas de 10 a 14 anos em cidades com mais de 100 mil habitantes e com alto volume de casos de dengue tipo 2. Além das cidades, os municípios vizinhos também vão receber o imunizante. O Ministério da Saúde vai distribuir as primeiras doses de vacina contra a dengue para mais de 500 cidades em 16 estados. Segundo o governo, por causa da baixa capacidade produtiva do imunizante, o país vai conseguir vacinar cerca de 3 milhões de pessoas e foram incluídos na prioridade crianças e adolescentes . (Veja a lista abaixo)
Acre – 11 cidades
Amazonas – 12 cidades
Bahia – 115 cidades
Distrito Federal
Espírito Santo – 20 cidades
Goiás – 134 cidades
Maranhão – 5 cidades
Minas Gerais – 22 cidades
Mato Grosso do Sul – 79 cidades
Paraíba – 14 cidades
Paraná – 30 cidades
Rio de Janeiro – 14 cidades
Rio Grande do Norte – 19 cidades
Roraima – 10 cidades
Santa Catarina – 13 cidades
São Paulo – 11 cidades
Tocantins – 14 cidades
💉 A Qdenga é um imunizante contra a dengue desenvolvido pelo laboratório japonês Takeda Pharma. O registro do imunizante foi aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em 2023 e incorporado ao Programa Nacional de Imunizações (PNI).
O Brasil é o primeiro país no mundo a oferecer o imunizante na rede pública, mas enfrenta o desafio da baixa quantidade de doses. O Ministério da Saúde vai receber pouco mais de 6 milhões de doses — 5,2 milhões foram compradas da Takeda e 1,3 foram doadas pelo laboratório.
No entanto, o público vacinado contra a doença vai ser menor, já que são necessárias três aplicações para a imunização completa. O volume é por limitação na capacidade de produção.
Com isso, o governo teve de definir critérios de priorização:
O Ministério da Saúde definiu como prioridade a vacinação de pessoas de 10 a 14 anos porque estão entre o maior número de pessoas internadas pela doença.
Foram incluídos os municípios de grande porte — que são aqueles com mais de 100 mil habitantes — e com classificação de alta transmissão de dengue do tipo 2. Além disso, as cidades próximas a esses locais também foram incluídas no que o governo chama de “regiões de saúde”.
Com isso, vão receber a vacina 521 cidades contempladas que incluem 16 estados e o Distrito Federal.
Abaixo, veja as respostas para as principais dúvidas sobre a chegada do novo imunizante.
O que é a Qdenga e como ela age?
A Qdenga (TAK-003) é um imunizante contra a dengue desenvolvido pelo laboratório japonês Takeda Pharma. O registro do imunizante foi aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em março deste ano.
A vacina contém vírus vivos atenuados da dengue. Por isso, ela induz respostas imunológicas contra os quatro sorotipos do vírus da dengue.
Inclusão no PNI de vacina contra dengue da Takeda Pharma é recomendada
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A Qdenga vai ser aplicada de graça?
Desde a aprovação pela Anvisa em março, clínicas particulares passaram a disponibilizar a vacina Qdenga para seus consumidores.
Agora, o imunizante do laboratório Takeda Pharma passa a integrar também o Programa Nacional de Imunizações (PNI), que reúne as vacinas aplicadas gratuitamente pelo SUS.
Quando a Qdenga começa a ser aplicada?
A vacinação com a Qdenga está prevista para começar em fevereiro, mas não será em larga escala. Segundo o Ministério da Saúde, o SUS oferecerá 6,2 milhões de doses ao longo de 2024.
Como o imunizante é aplicado em um esquema de duas doses, com intervalo de três meses entre as aplicações, cerca 3,1 milhões de pessoas poderão ser imunizadas no próximo ano.
Essas doses serão destinadas a “público e regiões prioritárias”, segundo a pasta, mas não deu outros detalhes.
As aplicações serão distribuídas ao longo do ano, de acordo com o calendário de entrega das doses pela fabricante, que deve ser a seguinte: 460 mil doses em fevereiro, 470 mil em março, 1.650 milhão em maio e agosto, 431 mil em setembro, e 421 mil em novembro.
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A Qdenga tem efeitos colaterais?
Os estudos clínicos mostraram que pode haver reações, geralmente, dentro de dois dias após a injeção. As reações registradas foram de gravidade leve a moderada e duraram 1 a 3 dias.
🚨 Atenção: essas reações NÃO tornam o imunizante contraindicado se aplicado no público correto.
Foram relatadas com maior frequência:
dor no local da injeção (50%);
dor de cabeça (35%);
dor muscular (31%);
vermelhidão no local de injeção (27%);
mal-estar (24%);
fraqueza (20%); e
febre (11%).
As reações são menos frequentes após a segunda dose da Qdenga.
Quais as principais diferenças entre a Qdenga e a Dengvaxia?
Vacinas Qdenga (nova) e Dengavaxia que são as autorizadas pela Anvisa para aplicação no Brasil
Vanessa Camilo/Inter TV Cabugi
A Dengvaxia foi a primeira — e, até este ano, única — vacina contra a dengue aprovada pela Anvisa a ficar disponível no Brasil.
Ela é fabricada pelo laboratório francês Sanofi Pasteur e é vendida na rede privada na maior parte do Brasil. Esse imunizante não está disponível no Programa Nacional de Imunizações, o PNI.
Se comparadas, a Dengvaxia e a Qdenga possuem três principais diferenças:
Público-alvo: a Dengvaxia é recomendada somente para quem já foi infectado com o vírus da dengue. Já a Qdenga pode ser aplicada em quem nunca teve a doença.
Faixa etária: a Qdenga é recomendada para pessoas dos 4 aos 60 anos, enquanto a vacina francesa é indicada para pessoas dos 9 aos 45 anos.
Número de doses: a vacina francesa é aplicada em três doses, distribuídas em intervalos de seis meses, enquanto a japonesa é composta por duas doses, aplicadas com intervalos de três meses.
Já quanto ao modo de agir e aos possíveis efeitos após a aplicação, as vacinas são muito semelhantes.
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