
Hoje, 8 de março, é dia de celebrar o Dia Internacional da Mulher, cuja origem remonta ao dia 8 de março de 1917, com uma greve de operárias têxteis em São Petersburgo, na Rússia.
Claro que vários eventos históricos anteriores pavimentaram o caminho para se chegar na greve em questão. Lembramos aqui, só para ilustrar, da “Comuna de Paris”, de 1871, em que as mulheres, organizadas e com autonomia de manifestação, reivindicavam igualdade (inclusive de gênero), melhores condições de vida e uma sociedade mais equilibrada.
Outro episódio histórico foi a organização, em 20 de fevereiro de 1909 pelo Partido Socialista da América, do Dia das Mulheres. O evento ocorreu em Nova York e foi uma verdadeira jornada de reinvindicações femininas, destacando-se a igualdade de direitos civis e o voto feminino.
Finalmente, em 1975, a ONU instituiu de modo oficial o dia 8 de março como o Dia Internacional das Mulheres. A forma como a data é celebrada varia bastante de nação para nação, havendo aquelas que destacam o caráter de luta, esforços e combatividade das mulheres na busca por seus direitos. Outros países exaltam o feminino, vendo na data quase que um segundo dia das mães, ou até mesmo um dia dos namorados, sugerindo flores, bombons e joias como presentes. E há, inclusive, países que simplesmente ignoram a data.
Há muito o que comemorar e há muito pelo que lutar.E um aspecto não compromete o outro. Na parte dos esforços por mudança, note-se que, no Brasil, a diferença salarial entre homens e mulheres é de aproximadamente 19,4%, segundo o 1º Relatório de Transparência Salarial. E essa disparidade é ainda maior em relação às mulheres negras. Há, portanto, trabalho pela frente. E não só neste campo.
Celebrar o feminino, contudo, é importante, é fundamental, é mesmo vital, e, como já dito, não pode ser visto como algo que compromete ou retira a relevância da busca por reconhecimento colocada em marcha pelas mulheres, e de modo legítimo, claro. A sensibilidade feminina é elemento chave numa nova configuração de família, de sociedade, de mundo, enfim, de vida, e o 8 de março também pode ser útil para lembrar a todos sobre essa verdade.
Mais a mais, o próprio universo feminino sofreu as suas mutações. A importante queima de sutiãs do passado obviamente já não faz mais sentido, assim como ficou retido em algum museu de costumes as antigas limitações impostas às mulheres do tipo “não pode fazer isso” ou “só pode fazer aquilo”. Há, hoje, inclusive, um objetivo maior, a demandar junção de esforços, de homens e de mulheres, ambos diante do desafio de ter que lidar com um mundo extremamente complexo, multifacetado, pleno de questões a resolver.
Celebremos, pois, o 8 de março e o façamos duplamente: como data que rememora todo o sangue, suor e lágrimas derramados por tantas e tantas mulheres ao longo da história e, também, como data que exalta tudo o que a feminilidade traz ou pode trazer à vida de todos nós, homens, mulheres, crianças, jovens, idosos, enfim, todos os seres humanos.