Morre Chloris Casagrande Justen, 1ª mulher a presidir a Academia Paranaense de Letras


Pedagoga, escritora, poetisa curitibana faleceu aos 101 anos. Morreu nesta terça-feira (8), de causas naturais, aos 101 anos, a professora e escritora curitibana Chloris Casagrande Justen – a primeira mulher a presidir a Academia Paranaense de Letras (APL). O velório será nesta quarta-feira (9), das 10h às 17h, no Cemitério Água Verde.
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A APL manifestou profundo pesar em virtude do falecimento da poetisa que, desde maio de 1997, ocupava a cadeira nº 24, cujo patrono é Luiz Ferreira França.
“A professora Chloris Justen teve atuação proeminente no magistério e nas letras, em especial na poesia. Esteve ligada a várias entidades culturais paranaenses, como a Academia Feminina de Letras do Paraná, a Academia de Cultura de Curitiba, a Academia José de Alencar, a Academia Paranaense de Poesia e a Sul-brasileira de Letras, o Centro de Letras do Paraná, o Instituto Histórico e Geográfico do Paraná e o Clube Soroptimista das Américas, exercendo nelas papeis relevantes em cargos e funções”, destacou a instituição.
A nota lembra que, ao longo de sua trajetória, Chloris foi a terceira mulher a entrar para a academia, entidade que presidiu por duas gestões, de 2012 a 2016.
Em 15 de setembro de 2023, data na qual a escritora completou cem anos, a academia destacou que a curitibana é professora de profissão e poeta por vocação.
“Sua gestão na presidência da Academia Paranaense de Letras foi marcada por conquistas maiúsculas, como a cessão do Belvedere da Praça João Cândido pelo governo do estado para servir de sede à APL”, citou publicação da APL.
Nesta terça, a academia lembrou que Chloris também foi uma incansável defensora do ensino da História do Paraná nas escolas estaduais, com o projeto “A Academia vai à escola”.
“Chloris Casagrande Justen deixa seu nome associado a um período de vigor e prestigio da Academia Paranaense de Letras, a qual muito deve a seu espírito empreendedor, ao seu entusiasmo pelas causas culturais do Paraná e à sua presença acolhedora e incentivadora nos momentos em que colocou seu nome e sua ação em favor da cultura e da literatura de nosso estado”, afirma a nota da APL.
Biografia
Chloris Casagrande Justen em entrevista em 2016 à RPC
RPC
O site da Academia Paranaense de Letras detalha a biografia da acadêmica, leia a íntegra:
“Curitibana, Chloris Casagrande Justen, filha de José Damian Casagrande e de Izaura Raymundo Casagrande, levou uma infância despreocupada, cercada de carinho e de esperan­ças, a correr pela chácara de seus familiares no Cajuru, à cata de borboletas azuis, a surpreender o canto estridulo­so das cigarras e a extasiar-se com a luz prateada da lua. Adolescente, aluna exemplar, já demonstrando por essa época sua decidida vocação para as letras, seria a normalista escolhida, após renhido pleito, a oradora da turma, ao término do curso, aplaudida de pé pelos colegas e pela plateia presente ao magno acontecimento social.
Professora, passou a lecionar, ainda muito jovem, por diversos educandários, a eles distribuindo a semente de seu conhecimento profissional. Vice-presidente da Associa­ção de Jornalistas e Escritoras do Brasil, oradora de amplos recursos, sua atuação mar­cante como administradora se materializou na imponente obra que é a sede do Centro Paranaense Feminino de Cultura, fruto de muito esforço, força de vontade, renúncia, prestígio, habilidade e disciplina, tornando realidade antigo sonho das associadas da instituição. Diretora-geral do Instituto de Educação por sete anos, vice-presidente do Conselho Estadual durante um decênio, pioneira na implantação do Estatuto da Crian­ça e do Adolescente no Paraná e em outros Estados, participou, como conferencista, de inúmeros congressos, seminários e encontros sobre o referido estatuto, ministran­do cursos sobre os direitos da criança e do adolescente e a proposta pedagógica da escola e do professor. E, ainda, sobre Ética, Direitos Humanos e Direitos da Mulher.
Fundadora do Conselho do Magistério do Paraná, pedagoga, possuidora de vários cur­sos de especialização no país e no exterior, sua cultura se faz presente também no Centro de Letras do Paraná, na Academia Feminina de Letras, no Instituto Histórico e Geográfico do Paraná, na Sala do Poeta e no Templo das Musas. Ativa participante das sessões acadêmicas, sempre apresentando sugestões e propostas de amplo alcance cultural, é de justiça evidenciar o belíssimo trabalho desenvolvido por nossa acadê­mica como presidente da Comissão de História e Geografia do Paraná.
Possuidora de diversos títulos honoríficos, dentre eles o de Vulto Emérito de Curitiba, soroptimista atuante, publicou O Estatuto da Criança e do Adolescente e a Instituição Escolar, o livro de versos Jogo de Luz, as crônicas Conversando Sobre o Soroptimismo, sendo ainda a organizadora das obras Mulheres Escrevem, Com Justiça e Com Afeto e O Soroptimis­mo em Minha Vida. Na Academia, foi eleita em 9 de dezembro de 1996, com posse no Palácio Avenida, em 20 de maio do ano seguinte, recepcionada por Wilson Bóia. (WB)”
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