Governo troca diretor do Hospital do Servidor Público, na Zona Sul de SP; anúncio é feito após denúncias de falta de repasse do INSS


Unidade, uma das maiores do Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual de São Paulo (Iamspe), tem nova direção a partir desta terça-feira (8), segundo portaria publicada no Diário Oficial. Hospital é alvo de denúncias por fila de exames, falta de repasse do INSS ao servidores e furtos. Iamspe em São Paulo
Reprodução/TV Globo
O governo de São Paulo publicou no Diário Oficial desta segunda-feira (7) uma portaria que altera a direção do Hospital do Servidor Público Estadual (HSPE), na Zona Sul da capital paulista. O Hospital é um dos maiores da rede do Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual de São Paulo (Iamspe).
Conforme a portaria, o médico Marcelo Itiro Takano deixa de ser diretor da unidade, voltando a exercer sua função de natureza permanente no Serviço de Ortopedia e Traumatologia da Gerência Cirúrgica do instituto.
Ainda conforme a publicação, a partir desta terça-feira (8) a médica Maria Beatriz Viana Perez passa a exercer a função de diretora do HSPE.
O motivo da mudança da direção do hospital não foi divulgado. Porém, o anúncio ocorre após uma série de denúncias registradas pelos pacientes e servidores, como demora para realização de exames, furtos registrados dentro da unidade e a falta de repasse do INSS aos funcionários. Veja abaixo:
Repasse do INSS

Funcionárias denunciam que IAMSPE não fez repasse de INSS
Em 24 de setembro, o SP1, da TV Globo, mostrou a denúncia de funcionários que alegaram que o hospital não fez repasses do INSS aos servidores desde setembro de 2022, mesmo sendo descontado no holerite.
Os funcionários também alegam que deixaram de receber o piso salarial da enfermagem em agosto e que o valor agregado ao piso não é considerado para férias e 13º, mas incluído no desconto do INSS. O vale refeição também está sem reajuste há anos, sendo R$ 300 por mês.
“É revoltante. Todo esse processo e a cabeça a mil. O erro é do Iamspe. Aí você procura o RH e falam que é o governo. Aí um empurra pro outro, mas a pessoa mais prejudicada sou eu. Quando eu precisei do meu benefício, eu não tive. Foram dias muitos difíceis. Se não fossem minhas amigas, eu não sei se teria conseguido fazer meu tratamento”, afirmou Denise Roberta de Souza Almeida, auxiliar de enfermagem.
“Aparentemente eu contribui 22 anos, mas quando eu precisei do benefício eu não tive”, ressaltou.
Em nota, o Iamspe alegou que desde maio o salário da enfermagem atende as regras do piso salarial definidas pelo Ministério da Saúde, e que a partir de junho a bonificação passou a se tornar parte fixa do valor mensal.
Disse ainda que está pagando normalmente do INSS dos funcionários e que o sistema e-social do governo federal está sendo incorporado à rotina de pagamentos, e que isso pode gerar alterações no momento do uso do benefício.
Furto dentro do hospital
Idosa diz que foi furtada dentro do IAMSPE
A família de uma idosa de 69 anos registrou boletim de ocorrência para denunciar que ela teve suas duas alianças de ouro furtadas enquanto estava sendo medicada no Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual de São Paulo (Iamspe).
Ao g1, a filha da paciente relatou que levou a mãe para o hospital para tratar de uma erisipela (infecção bacteriana) na perna. Antes de se internar, ela passou pela enfermaria para medicação no dia 13 de setembro. Foi nesse momento que houve o furto, segundo a família. Iamspe disse que iniciou apuração (leia mais abaixo).
“Primeiro tive que brigar para internar ela e, quando internou, foi o tempo de descer rápido para tomar um café. Quando voltei, ela estava grogue, não falando coisa com coisa. Fui atrás do médico e ele informou que ela estava tomando só antibiótico e remédio para dor. Médico achou estranho ela estar dopada e ia voltar para vê-la, mas nesse tempo subiram ela da enfermaria para o quarto. Até então não tinha reparado na aliança.”, diz Bruna Faiotto da Silva.
“No sábado de manhã, ela perguntou se eu tinha guardado as alianças e falei que não. Perguntei pro meu tio que estava como acompanhante na noite de sexta e nada. Avisei, então, os enfermeiros que as alianças sumiram. Uma enfermeira disse que ninguém encontrou, mas que achou mesmo estranho que minha mãe estava grogue. Ou foi enfermeiro ou foi acompanhante de paciente que pegou”, ressaltou.
Foto feita pela família de idosa mostra ela sem as alianças após ser medicada
Arquivo Pessoal/Bruna Faiotto da Silva
Uma foto feita pela filha quando a mãe estava dopada e antes de ir para o quarto mostra que ela já estava sem as alianças (veja acima). Esse detalhe foi reparado apenas depois pela família
“Quando ela deu entrada no PS ela estava com as alianças, assim quando foi para a sala de espera. Mas quando foi para a observação e ficou no setor da enfermaria, e que eu voltei e ela estava desse jeito [da foto], já estava sem aliança. Eu e minha tia vimos esse detalhe pelas fotos. Então, quando foi pro quarto já tinham sumido com a aliança dela”.
Bruna ainda afirma a família deseja que o caso seja apurado, pois uma das alianças era do seu pai, falecido há 14 anos. Além de registrar boletim de ocorrência e prestar queixa na ouvidoria, ela também pretende processar por danos morais.
“A aliança tinha valor sentimental pra ela porque perdemos meu pai há 14 anos. Tiraram a aliança do dedo dela, que era recordação que ela tinha dele. Não é nem pelo valor das alianças, que eram de 18 quilates, mas a questão sentimental. A nossa briga é isso. Sem contar a precariedade do quarto que a colocaram e ainda darem alta mesmo com a infecção e não tendo melhorado”, afirmou.
O que diz o Iamspe
Em nota, o Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual (Iamspe), órgão vinculado à Secretaria de Gestão e Governo Digital (SGGD), informou “que a administração do Hospital do Servidor Público Estadual (HSPE) iniciou investigação interna para apurar a queixa registrada pela família de L. B. J. F. O Instituto ressalta que coloca à disposição as imagens de vigilância do período de internação da paciente para colaborar com as autoridades policiais.
A referida paciente deu entrada no Pronto-Socorro do HSPE no dia 11/09 e foi internada em 12/09, quando foi avaliada, realizou exames e teve diagnóstico para tratamento com antibióticos e demais remédios de uso contínuo. A alta médica ocorreu em 15/09.”
Pacientes reclamam de espera de 8 horas em Pronto-Socorro de Iamspe
Espera longa em Pronto-Socorro: Depois da denúncia, IAMSPE cria comissão gestora para o PS

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