Indústria lidera a geração de empregos em Santa Catarina

No primeiro semestre de 2024, as indústrias responderam por quase metade das vagas abertas no mercado de trabalho catarinense. Os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED) indicam que, entre janeiro e junho, foram criadas 95,4 mil oportunidades.

A atividade industrial foi responsável por 47 mil desses novos empregos. O segmento é vital para o fortalecimento econômico e social tanto das maiores cidades quanto dos municípios menos populosos.

Princesa, no extremo oeste de Santa Catarina, é um exemplo de como a indústria tem transformado a realidade local e a vida dos moradores. Elton Klauss, natural da cidade com menos de três mil habitantes, nem pensava em fazer carreira em uma fábrica.

Tudo mudou aos 20 anos, quando foi contratado para fazer acabamentos em móveis produzidos pela Sollos. “Fui gostando da coisa, apareceram várias oportunidades e fui me especializando”, relata.

Natural de Princesa, Elton Klauss comemora carreira de 24 anos na indústria catarinense – Foto: Divulgação ND

A qualificação passou a fazer parte da rotina do profissional. O primeiro curso, em lixamento básico, abriu novos horizontes e expandiu as possibilidades dentro da indústria. “Até hoje tenho vários diplomas e cursos voltados para gestão e liderança”, descreve.

Klauss completou 24 anos na indústria, construindo uma trajetória de sucesso. Atualmente, é gestor de produtos na Sollos, empresa referência no setor moveleiro, com mais de 120 prêmios internacionais de design. A fábrica produz móveis reconhecidos pelo estilo das criações e está presente em mais de 30 países.

Jornada de sucesso

Klauss ingressou na Sollos quando a empresa contava com seis funcionários. Hoje, são 500 colaboradores. “Nosso produto atende todas as regiões do Brasil, e 20% a 30% da produção é exportada há alguns anos”, conta orgulhoso. O gestor de produtos cresceu junto com a indústria. “Hoje, olhando para trás, vejo que valeu a pena. Há, sim, oportunidades de crescimento; exemplo disso sou eu.”, comemora.

Uma das principais preocupações do setor industrial em Santa Catarina é a qualificação dos trabalhadores. Nem sempre a experiência é primordial para quem busca uma oportunidade na indústria. O setor está de portas abertas para ensinar, inovar, renovar e construir caminhos promissores ao lado dos colaboradores.

“A maior parte das pessoas se desenvolveu aqui. Apenas uma pequena parte tinha experiência anterior”, relata Fernanda Carine Preuss, coordenadora de recrutamento da Sollos.

Indústrias de Santa Catarina investem na qualificação dos trabalhadores. Na foto, Fernanda Karine Preuss, coordenadora de recrutamento da Sollos – Foto: Divulgação ND

O aprimoramento profissional é algo comum nas indústrias dos mais variados segmentos. A Sollos, por exemplo, lançou uma universidade corporativa dentro do seu parque fabril. “Oferecemos treinamentos e técnicas. É uma das áreas em que a empresa mais investe tempo e recursos”, menciona.

José Eduardo Fiates, diretor de inovação e competitividade da Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC), afirma que a atividade industrial tem um impacto econômico duas vezes maior em relação ao que ela de fato produz.

“Quando falamos de uma cidade pequena, o impacto pode ser ainda maior”, pontua. Uma empresa que fatura um milhão de reais, por exemplo, gera na economia um impacto de dois milhões, distribuídos em setores como agricultura, comércio, serviços e impostos municipais, estaduais e federais.

“Por isso que, países que tem uma indústria forte, conseguem transformar conhecimento, matéria-prima e energia em produtos com valor agregado, ampliando a economia”, conclui.

“Quando se tem uma indústria que estimula as cadeias produtivas você consegue equilibrar o desenvolvimento”, José Eduardo Fiates, diretor de inovação e competitividade da FIESC – Foto: Divulgação ND

Outro reflexo está na geração de oportunidades. A indústria demanda uma ampla gama de profissionais. “Pela diversidade de perfis que oferece, a indústria cria opções e alternativas de rotas nas carreiras. Além disso, uma indústria bem-sucedida acaba gerando outras indústrias”, conclui Fiates

Trabalhe na Indústria

Em 2021, a FIESC criou a plataforma Emprego Já para estimular o desenvolvimento social e econômico de Santa Catarina. A ferramenta gratuita funciona como elo entre as empresas e as pessoas que buscam oportunidades no mercado de trabalho.

Empresários podem cadastrar as vagas disponíveis nas empresas e consultar os mais de 86 mil currículos ativos. Quem busca emprego também pode se cadastrar, sem qualquer custo, e acessar as vagas disponíveis. Para utilizar o sistema, basta acessar o site trabalhenaindustria.com.br.

A FIESC não faz a intermediação das contratações, a relação de interesse é feita diretamente entre as empresas e os candidatos.